sexta-feira, 8 de maio de 2009

Quando considero a curta duração da minha vida, e o estar a ser engolido pela eternidade do antes e depois, ou o pouco espaço que eu preencho e vejo, mergulhado na infinita imensidade que ignoro e que não me conhece, tenho medo e espanto-me de estar aqui em vez de estar algures. Porquê agora em vez de antes? Quem me pôs aqui? Por ordem de quem e em que direcção me foi este lugar e tempo atribuído?

B. Pascal, 1623-1662, filósofo, físico e matemático francês, Pensamentos

Viajamos numa vasta esfera, permanentemente mergulhados na incerteza, empurrados de um lado para outro. Sempre que encontramos uma referência e a queremos agarrar, ela desloca-se e perdemo-la. E se a seguimos, ela ilude o nosso abraço, evapora-se, e desaparece para sempre. Sonhamos permanentemente encontrar terreno sólido e alicerces para construir torres que dêem para o Infinito, mas sempre todas essas bases se esboroam, e a Terra teima em abrir-se em abismos.
B. Pascal, 1623-1662, filósofo, físico e matemático francês, Pensamentos

Estamos infinitamente afastados de compreender os extremos da existência, uma vez que o fim das coisas e o seu começo estão desesperançosamente escondidos de nós, encapsulados num impenetrável segredo. Somos igualmente incapazes de ver o Nada de que fomos feitos, e o infinito em que estamos engolidos.

B. Pascal, 1623-1662, filósofo, físico e matemático francês, Pensamentos

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