quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

 E se eu voltasse a escrever (desabafar) aqui?!

Fazer isso no twitter parece exposição demais e as pessoas podem não entender nada no que eu realmente quero dizer. Foram tantas coisas desde a última vez que estive aqui, às vezes tenho a sensação de que o tempo nunca vai ser suficiente. Me deparei tendo medo do futuro, eu não tinha isso antes. A propaganda da Chevrolet desse ano me fez chorar pensando que os meninos estão crescendo tão rápido e que eu não os tenho aproveitado e que quando eu tiver dinheiro pra isso talvez não tenha mais tempo. Dona Maria com fortes crises de labirintite, uma provável depressão e o início de uma síndrome do pânico também me fazem pensar no tempo. Quando a correria insana me permitir aproveitá-la, talvez ela já não esteja mais aqui. É horrível ser adulto. Fiquei com saudades das confusões sentimentais da juventude, das amizades, amores e paixões. Reli e-mails de 2008, meu coração vibrou. Não há arrependimento, pelo contrário. Quem eu seria se não fosse mãe do João e do Luís, nem posso imaginar minha vida sem eles. É só uma saudade exagerada de quando as coisas eram mais apaixonantes, empolgantes, possíveis. De quando o tempo era infinito. O tempo era infinito e eu ainda não o usava adequadamente. 

Tô escrevendo e chorando aqui. Meu pai foi embora e a vida nunca mais foi a mesma, hoje tive que encarar o fato de que a mulher mais forte que já conheci na vida decaiu, mais rápido do que eu esperava, não é só o envelhecer, é a saúde, o sentimento de impotência nosso e o dela provavelmente de inutilidade. Não é justo que seja assim. 

O tempo não é mais infinito.