segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Sobre ser adulto

Ninguém deveria envelhecer, não na alma. Podíamos não ter que crescer, ser jovem para sempre, sem grandes responsabilidades... Seria bom. De repente, seria bom nunca perder a coragem, a ousadia, a disposição, a alegria, os sonhos, o não pensar muito e ir. Não dar a miníma para as consequências ou para o que os outros vão pensar, de repente, seria bom.

De repente você está cara a cara com seus grandes projetos do futuro. Está entre as coisas necessárias e o que gostaria de fazer. Entre seus príncipios, crenças, valores morais e tudo que todo mundo espera de você e o que você realmente quer fazer.

Ninguém espera que prestes a fazer 25 anos você pinte o cabelo de azul. Ninguém espera que você largue o emprego e vá morar na praia. Ninguém espera que você gaste toda a sua grana em viagens sem rumo ao redor do mundo. Não vão entender se você decidir se tornar uma cantora de axé ou dançarina popozuda. Ninguém espera que você coloque um piercing na língua ou quebre uma vidraça quando você está prestes a fazer 25 anos. Não, ninguém vai entender se você decidir largar tudo e se mudar pra África. Ninguém espera que você seja diferente.  Ninguém espera que você continue lutando pelos seus sonhos, ou querendo grandes coisas da vida, apernas conforme-se e siga em frente. Só!

As pessoas esperam que você seja adulto, responsável, que compre uma casa, se case, compre um carro, cresça no trabalho, ganhe mais dinheiro e tenha um filho. As pessoas esperam que você pague contas, vote, seja o que se formou na faculdade, não reclame, não use drogas e seja uma boa pessoa. Esperam que você tenha estrutura moral e financeira pra fazer parte da sociedade e educar seus filhos. Esperam que você tenha entendido tudo que te disseram a vida inteira, em casa, na escola, no trabalho, nas ruas. Esperam que você entenda que precisa ser assim e ponto e se não for, será um grande fracassado.
De repente, é só isso, claro e transparente. E de repente, seria bom se não fosse assim... Seria bom se pudessemos fugir disso, contrariar as regras sem decepcionar ninguém. Sei lá!


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Dias de revolução

E se tudo que aprendemos, na escola, na vida, em casa, for mentira?

Estou lendo o "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" do Leandro Narloch. E nele o autor aponta fatos que realmente ninguém me contou na escola. Vários fatos históricos ganharam um toque de fantasia no primário. Existia um vilão, um mocinho e uma lição de moral no final. Mas "na real", não é bem assim.
Porém, esse não é o motivo da postagem. Vamos ao que interessa.

Ernesto Che Guevara de la Serna!

Não sei muita coisa sobre ele, nem sobre Cuba ou Fidel Castro, portanto não me condenem, não é um artigo científico, é uma postagem num blog, com base no pouco que sei e na crise em que me encontro por causa desse assunto:

Eu sei o grande homem que ele foi, reconheço as lutas, reconheço o que o motivou a ser revolucionário, li sobre ele, era fã dele na faculdade - sem nem saber direito porque - eu sei o que ele fez pela Revolução Cubana e o quanto aquilo foi importante na época, li sobre o imperialismo dos EUA e sei o quanto aquilo era ruim para os países pobres. Então eu realmente respeito o Che, suas lutas fizeram grande diferença, eu o admirava. Admiro ainda, em partes. Acontece que depois que eu me formei, perdi um pouco da minha rebeldia sem causa e eu li mais sobre o Che e ele também teve suas falhas de caráter e não foi assim tão heróico. Não que o cara tivesse que ser perfeito. Mas, sinceramente, não ignoro que ele também foi um assassino, criminoso, que fundou um campo de trabalhos forçados em Cuba e fez mil outras coisas que não tem nada de heróico ou revolucionário. O escritor Paul Bermam diz que foi Che Guevara quem liderou pessoalmente os primeiros pelotões de fuzilamento da Revolução Cubana e fundou o sistema de campos de trabalho forçado de Cuba, sistema que depois seria usado para encarcerar homossexuais, dissidentes e mais tarde vítimas de Aids. O que tem de heróico e humano nisso?  E Cuba como está hoje? E Fidel Castro que era amigo de Che, foi um bom presidente, as pessoas vivem bem, com igualdade e sem miséria em Cuba? Existe direitos humanos lá? 

Claro que eu não conheço a história tal qual é, mas não vejo por que tanta "rasgação" de seda com o Che Guevara. Não me levem a mal, posso estar falando mil bobagens e eu tenho muito, muito, muito que aprender ainda. Garanto-lhes que estou tentando. Muitos dos meus heróis mudaram depois da faculdade. E isso não tem nada a ver com ideologia. Não gosto de injustiças, de nenhum tipo, principalmente as sociais, detesto a desigualdade, sou contra a corrupção, contra a violência e favor do que for melhor pra todo mundo, como democracia, liberdade de imprensa, de expressão, de pensamento. Nunca soube ao certo se eu era alienada ou desalienada. Algumas pessoas dizem que eu sempre fico em cima do muro e pode até ser mesmo. Porque eu preciso escolher um lado agora? E se não existirem lados, os rebeldes revolucionários X alienados? Quem disse que os senhores cheios de ideologia estão com a razão? Será que os alienados realmente não sabem de nada?

Eu me permito aprender primeiro. De verdade. Não preciso escolher um lado pra ficar, estou bem aqui, observando as coisas, aprendendo e tentando tirar minhas próprias conclusões . Não sei ainda o que é verdade ou mentira no mundo, estou buscando as informações, pra aprender e então me posicionar.

Não sou uma alienada, fantoche da sociedade, cidadã modelo, que segue as regras e se contenta em assistir BBB. Apenas não acho que deixar de pagar impostos, quebrar garrafas na rua ou protestar nua na praça vá resolver alguma coisa. Devem existir meio mais fáceis, sinceros, diretos, pácificos e bem sucedidos de mudar o mundo. Não sei. Não sei, mas estou tentando descobrir.