sábado, 10 de setembro de 2011

Mãe, eu não quero mais crescer

É que não tem jeito,
Até que seja fácil, é bem difícil

É que não tem jeito,
A gente cresce

Não, não dá pra voltar
Jogar bola, subir em árvores, brincar de boneca

É que a humanidade é trágica,
Já nasce condenada a morte

É que o capitalismo fez do mundo o que ele é
E você não é mais criança...

Mas mãe, eu não quero mais crescer!
Eu só queria estar em casa, ir brincar no vizinho e não ter com o que me preocupar

Mas mãe, eu prometo que vou obedecer!
Eu só queria comer arroz doce, dormir na sua cama e não ter hora pra acordar de manhã

É que os anos passaram e a liberdade que você queria
Não é nada daquilo que você imaginava

Não é ruim
É só diferente!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Carta Aberta

Das coisas que eu esqueci de contar e das que eu nunca deixarei de acreditar.

Quero escrever pra você há meses, contar que consegui aquele segundo emprego e, como previsto, ando mais cansada e rabugenta do que antes. O bom é que agora eu escrevo. Não todos os dias, nem como eu gostaria, mas eu escrevo - Redações publicitárias, alguns e-mails com pedidos de orçamento, autorizações de produção de determinados materiais, releases virão, certamente. É bem diferente de escrever minhas peripécias desimportantes, mas tem sido divertido, uma experiência nova. Às vezes me pergunto se não estou perdendo tempo, afinal as pessoas observam bem mais as imagens. Porém, eu continuo porque é bom aprender, tem uma vista bonita na janela da agência nos dias de sol, livros legais e conversas engraçadas e inteligentes.

Ganhei aquela bolsa de estudos de inglês. Já perdi as contas de quantas vezes comecei o curso, mas sabe, acho que agora eu vou until
the end. As aulas também são divertidas, conheci novas pessoas com as mesmas dificuldades que eu e duas vezes por semana nos encontramos numa sala, para tentar melhorar e aprender juntos. Ah, me matriculei na academia também, pela vigésima vez. Começo a malhar pra valer semana que vem e há grandes chances de eu entrar em forma até o verão.

Quase não vejo meus amigos, todos vivem numa correria sem fim. Mas soube que a casa da Mileide ficou pronta, ela se mudará assim que instalarem a luz e a água. A Carol também está tentando comprar um apartamento. Ela trabalha numa agência agora e faz um curso todo sábado em Curitiba, agita todas via twitter, sempre no jeito mais workaholic de ser. Eu sinto que ele está bem, muito melhor. O Alface vive viajando, vi ele no Churrascon por alguns minutos e ele continua o mesmo, um vegetal cafajeste. Do Duh, eu só sei que ele está num programa de rádio de manhã, que voltou a escrever no blog e que ama a Jana infinitamente. A Audrey está linda grávida, o bebê dela chega em Outubro. Fui na colação de grau da Edielli, com a Simone e a Marcielly. É engraçado ver como nós crescemos. A Helô ficou lá em casa na última visita e isso trouxe a Jô e a Juh pra perto de novo. Mas a Linha sumiu. A Carol de Maringá veio pra cá tempos atrás, ela viaja sempre que pode e logo terminará o curso de jornalismo. Nunca mais falei com o Xacra, nem com o Igor, Drica e com tantos outros. A vida vai correndo, mudando e a gente se afasta sem querer de alguns amigos.

As aventuras desse ano foram canceladas. Ninguém poderá ir ao show do Pearl Jam e isso é realmente frustrante. Também não vamos no SWU, nem no Rock in Rio. Não fomos acampar e ir num bar é bem diferente do que era antes. Certa noite eu estava com o Kaco, prontos para ir a um show cover dos Beatles, com ingressos comprados e tudo, mas simplesmente dormimos.

Trabalhei numa festa de 15 anos, dias atrás e uns cinco moleques me chamaram de TIA! Me sinto uma idosa. Como eu fiquei tão adulta em tão pouco tempo?! Dias atrás eu estava na festa de 15 anos da Gisele - Outubro de 2002 - e o mundo era muito diferente. Quantas coisas aconteceram nos últimos 10 anos

Depois de todas essas coisas e com todos os contratempos diários, os dias ruins e os meus defeitos tão conhecidos, queria te dizer que eu nunca deixei de acreditar em Deus. Eu não vou a igreja, mas rezo quase todos os dias. Às vezes durmo no meio de uma prece silenciosa, mas no mais íntimo do meu coração peço a Ele que cuide de tudo, de mim, de vocês e da vida, sempre

Eu nunca deixei de acreditar na vida. Até nos dias que eu estou mais desanimada e reclamando do mundo, eu sei que tudo se ajeita. Então, queria dizer que não perdi as esperanças e que continuo correndo atrás. Também não consigo deixar de acreditar nas pessoas e no melhor que elas podem ser. Às vezes me decepciono, claro, mas eu tenho muito talento pra seguir em frente.

Eu nunca deixei de sonhar. É isso que move as pessoas. Às vezes demora pra acontecer e eu não tenho muita paciência, mas como vou viver sem sonhar?! Sem fé no futuro?! Não sei. E se der tudo errado, eu acredito naquilo do nunca ser tarde pra recomeçar, sim, quero ver quem me prova o contrário. Não me importa se você tem 8 ou 80 anos, não tenha preguiça de viver e saiba que ser feliz só depende de você. Coragem homens!

Tudo é uma questão de escolha. Se você pensar bem, vai descobrir que teve um momento na sua vida que o trouxe até aqui. Eu lembro do dia que fiz a minha escolha e lembro que cheguei em casa e disse: Mãe, se der tudo errado daqui uns três anos, ainda será cedo e dá tempo de recomeçar. E ela disse, "Então vá!".

Eu fui e estou aqui. É certo que eu ainda quero um milhão de coisas, que ainda falta aprender muito mais. É verdade que tem dias que eu me queixo de tudo, que eu não sou muito paciente. Mas pensando bem, pensando bem mesmo, eu continuo com bem mais motivos pra comemorar.