sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Só saúde e sorte...

Quem diria que esse ano terminaria assim, não é?! Quantas coisas foram necessárias para que chegássemos até aqui?! E então, como foi pra você? Mais motivos pra sorrir ou pra chorar? Quantas pessoas novas você conheceu? Quantas foram embora? Quantos amigos fez? Como estão os velhos? Quantos lugares e shows diferentes aproveitou? Quantas vezes viajou, acampou, esteve com os amigos? Quantas vezes rodou a baiana e teve crises existências? Quantas vezes desistiu? Quantas decepções? Quantas vezes seu coração foi partido e se colou? Quantas vitórias você comemorou esse ano? Quantos céus você admirou, quantas cenas, poemas e beijos observou? E agora que passou tudo, que se tem a chance de recomeçar, não foi divertido e incrível?!

Cada vez que olho pra trás tenho a impressão que cada ano termina melhor que o anterior. Tenho a impressão que a vida tem melhorado muito, que somos capazes de mais do que prevíamos, que nós estamos melhorando! E o bom da vida é isso: Olhar lá no começo, avaliar os fatos e ter certeza que, apesar de tudo e qualquer coisa, temos muito mais motivos pra agradecer e comemorar do que pra chorar ou reclamar!

Como eu posso dizer sem me repetir?! Eu sou uma garota de muita sorte! Nesse ano viajei sozinha pra valer, conheci Floripa, conheci novas pessoas; Desci a Graciosa de bicicleta. Voltei a estudar. A Mileide casou!!! Fui pro Beto Carreiro; pra Itu, vi o Kings Of Leon; fui pra Sampa, vi o Green Day; virei assessora de imprensa, fui pra Umuarama; fui cerimonialista de inúmeros eventos, trabalhei como gente grande; comecei uma coleção de canecas; Fiz tanta festa com tanta gente diferente! Tive minhas crises no trabalho, mas não nego que as coisas melhoraram por lá, temos uma equipe e uma chefe meio doida, ar condicionado no estúdio, parece até que eu tenho ouvintes, hahah! Parei de brigar com o mundo perto da primavera! Superei alguns medos. Li bastante, me diverti bastante, conversei muito, aprendi muito! Tive ainda mais certeza que os melhores amigos do mundo são os meus! Deixei meu coração embarcar por aí e o vi voltar! Nem metade dos planos saíram como o planejado e aí esta a maravilha da vida: Ela acontece e é ótima!

Não importa o nome que se dá: Sorte, falta de juízo, seres iluminados, anjos da guarda, destino, força de vontade ou a vida pura e simples! Eu agradeço por ter bons amigos, por ter uma família doida e incrível, por ter saúde, por ter um trabalho, por ter oportunidades, por estar viva! E espero que 2011 seja ainda melhor pra mim, pra você e para todos nós!

Deseje, tente, corra atrás pra valer, ame, sinta, aproveite, viaje, quebre regras, perca o equíblirio uma vez ou outra, ria, peça ajuda sempre que precisar, peça desculpas sempre que precisar, se preocupe menos, viva mais, lembre-se de celebrar muito mais, dance, COMPARTILHE!

♫ Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita...

Feliz 2011! Um ano incrível!





terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cadência apaixonante

Clássicos musicais embalam pernas e pés. Eles vestem meias, sapatos e saltos elegantes. Vão desenhando boas lembranças no salão, no chão da noite. Fogem do comum, dois pra lá e dois pra cá! Tudo é cronometrado. Os passos cadenciados ao toque do teclado, das baquetas que namoram a bateria. A pista se enche. Casais valsam, vão rebolando levemente. É a música que preenche a alma. É a dança que movimenta corações. Sorrisos se abrem enquanto braços se abraçam num presente absoluto. Mãos que repousam uma à outra, conduzem o corpo, nos dão segurança. É a paixão, em notas musicais e na harmonia perfeita da dança!

♫ Flowers every where...

Dance... Não importa o ritmo!

Sinta!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Eu tenho um plano! (Ou divagações sobre planos)

Não, definitivamente não sou um exemplo a ser seguido quando o assunto é paciência. Eu tenho pressa pra quase tudo. Uma sede desesperada por viver e por saber tudo quanto for possível. Minha mãe diz que herdei isso do lado pernambucano da família. Ela também atribui a isso todas as minhas trapalhadas. Aquela coisa do ditado: A pressa é inimiga da perfeição. Concordo. Sinceramente, eu concordo.

Entretanto, a pressa e meus anseios por saber o que vem pela frente, não são de todo culpados. Então é algum tipo de crime querer algo mais da vida?! Não estou reclamando! Longe disso. Também não estou dizendo que não amo a simplicidade de como a vida corre. Acho que deve ser uma coisa mais "Selva de Pedras", mais ligada a área profissional.

A vida segue um curso normal e, no meu ponto de vista, lento! Então se as coisas demoram muito pra ACONTECER eu começo à buscar caminhos alternativos, a pirar na batatinha, à querer realizar o plano por minha conta. Mas e se o meu plano não tiver nada a ver com o que Deus, o Cosmos ou o destino preparou pra mim?! E se eu estiver fazendo tudo errado, quando paro de esperar que a vida aconteça e faço acontecer?! Porque eu não posso ter um plano e correr atrás da sua realização? Eu sou louca de verdade por não conseguir esperar que o mundo gire e tudo aconteça por conta?!

Vai ver eu nasci com essas dúvidas. Elas não saem de mim, não importa o que faça. No fim, a calmaria é falsa. Uma ilusão gerada pelo medo de se mover, de sair do lugar. Ficamos, numa paz disfarçada, mas ficamos... Ainda incompletos.

Eu já perguntei isso antes e já respondi também, mas não entendo porque não posso simplesmente ficar quieta. Tá tudo bem, nunca esteve melhor. Eu devia estar aproveitando, curtindo minha falta de problemas para resolver, haha. Mas não. Quero já um novo desafio e quero ter coragem para enfrentá-los.

Segue minha eterna faca de dois gumes: Em time que está ganhando se mexe ou não? Só se for pra melhorar! O que você faz depois que realiza um sonho? Sonha de novo, mais alto! E se está tudo bem, calmo e comôdo, você não precisa mudar nada agora, porque essa ânsia por novidade? E se você parasse de perguntar e simplesmente arriscasse de uma vez?! E se você arriscar e perder? E se você não arriscar e ficar do mesmo tamanho?
Eu sigo esperando que as coisas aconteçam, porque as coisas acontecem mesmo, naturalmente. Mas sigo assim, também, pelo medo de arriscar. De qualquer forma volta e meia isso me sufoca, me trava e eu me desespero por acreditar que não estou fazendo nada com a vida. Onde está meu plano? Pra onde eu vou agora? Um dia desses me resolvo, rs...

Leio horóscopo, procuro combinações astrais, luas certas, jogo tarô na Internet e com um baralho idiota desses de revistas adolescentes. Vejo a previsão do tempo. Tento ler as linhas da minha mão. Faço testes bobos de personalidade. Queria tanto ter uma bola de cristal... Faço cálculos, planos, para tentar manter em equilíbrio aquilo que depende de mim. A intuição quase nunca falha, mas é claro que eu não posso prever o futuro, muito menos saber com certeza se estou indo bem ou mal. Só resta ir, contar com um pouco de sorte e bom senso e esperar pelo melhor sempre.

Das impressões do dia e suas peripécias II

A recepcionista é orientada para ser atenciosa com todos os convidados, no entanto, se derrete toda quando recebe uma cantada e simplesmente esquece o profissionalismo. Diz sorridente: "Sabe onde é sua mesa? Precisa que eu o acompanhe?" Ele galanteador, beija as mãos da moça e responde: "Sei sim! Mas se quiser me acompanhar, não me importo!" Ela mais que de pressa ignora minha existência e o leva até seu lugar.

Férias, ah as férias! No auge da minha velhice ranzinza, questiono as tardes livres dos inúmeros adolescentes que se amontoam em frente ao shopping e as meninas na porta do supermercado, falando alto, rindo, sem nada pra fazer. Se quer lembro das tardes em que eu e minhas colegas do volei tumultuávamos à entrada do mercado, com música, bolachas trakinas e coca-cola. Nós acreditávamos que seríamos magras e atletas para sempre. Nunca nos passou pela cabeça o quanto aquelas trakinas custariam à sair de nossas pernas em forma! Agora, passo correndo pela porta do mercado, vejo as mesmas meninas com os mesmos hábitos, invejo-as. Estamos envelhecendo, saímos de casa com motivos certos e urgentes.

E então as relações humanas continuam surpreendentes. Uma tarde, num encontro ao acaso no meio da rua, um único abraço. Não há nada a ser dito, nada conforta mais que um abraço. É o suficiente para fazer chorar, para retirar do peito toda a dor, o medo e desabafo sincero. A filha fala do pai, da exaustão e dos sonhos que ficaram pela metade. Você tão egoísta, se cala, chora junto, pede por eles, pede pelos seus e teme o dia que enfrentará seus maiores pesadelos.

As relações humanas são mesmo surpreendentes. Um dia um homem embriagado conta sua história e chora suas alegrias para uma desconhecida. Fala do filho adotivo, que é mais seu do que de qualquer outro. Se enche de orgulho, diz que não teve filhos de sangue porque era imensamente feliz com os filhos adotivos. Fez um brinde, comemorou muito. Disse orgulhoso: "Vou tomar um porre, pelo meu filho hoje!" E o filho todo agradecido, aparece do nada: "Meu pai é o cara!"

Escutando aquela história, meus olhos se encheram d'água, a vida podia ter sido diferente, de algum jeito... Nunca amei meus padrastos e madrastas. Minha relação com eles foi exatamente como nos contos de fada, um pesadelo. Mas não nego que eles contribuíram para minha formação pessoal. Pode ser que tudo que aconteceu tenha me feito crescer. E naquelas circunstâncias, quem sabe o que teria sido de fato melhor... Ninguém tem culpa de nada. Mas se um dia você se tornar madrasta ou padrasto de alguém, por favor seja legal, crianças não merecem sofrer de forma alguma e independente do que seus pais tenham feito, são seus pais e ninguém tem direito de dizer nada sobre eles!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Bastidores

Quem assiste uma cerimonia de casamento ou uma festa de formatura, não imagina o trabalho que dá pra fazer acontecer. Lembro que na minha formatura, era só eu e a Mileide do curso e apesar de querer muito me divertir, até o momento final da entrega do diploma e depois, a entrada e a valsa no baile, eu estava muito tensa, parecia que não dormia à dias! No casamento do Juh e da Podre, nós ajudamos à organizar várias coisas e foi muito corrido. Neste fim de semana, fui espectadora e observei algumas coisas:

As madrinhas e padrinhos são os seres mais queridos do mundo. Sempre chegam antes. A Igreja toda enfeitada e iluminada, as pessoas vestidas e penteadas, aquela expectativa e ansiedade até à entrada dos noivos. Os atrasados entrando pela porta do lado. O amigo que entrou de fininho, trazendo a sacola com arroz e estalinhos pra saída. Uma criança ou outra destruindo a decoração. Parece que os casamentos são todos iguais, mas acredite, não são. Cada um tem uma história diferente, uma surpresa, emoções diferentes. As músicas são parecidas, as leituras são iguais em quase todas. Mas o vestido da noiva, a cor das flores, o olhar dos noivos enquanto seguram a mão um do outro, a vida que os aguarda, a canção especial que o amigo canta, as palavras gentis do sacerdote, isso é único.

No final, passa muito muito rápido. Os noivos saem. Os convidados se dirigem para a festa. Fica o silêncio, a lembrança dos risos, os organizadores da cerimonia, um casal de velhinhos resmungões que limpam a igreja, um segurança e eu esperando a carona. A velhinha reclama com a vassoura: "Olha quanto arroz desperdiçado, tem que varrer aqui, senão amanhã as senhorinhas que vem à missa podem escorregar..." E o velhinho concorda: "Gente mal educada, vão fazer sujeira lá na festa..." Resmungam como se não compreendessem o que acabara de acontecer e como se, há tantos anos juntos, tivessem esquecido que aquilo também já lhes acontecera.

A turma da organização começa a juntar folhas, flores, lustres. Embrulham tudo com cuidado e vão levando para o carro grande que toca - sabe-se Deus porque cargas d'água a canção do indiozinho: "Um, dois, três indiozinhos, quatro, cinco, seis indiozinhos". Cada um dos objetos é guardado enquanto àqueles rostos estampam um sorriso de dever cumprido. Minha carona chega e eu me despeço dos velhinhos e dos organizadores. Vou embora com o desejo de que a vida seja boa para os casais que se entregam corajosamente ao amor e à vida a dois e, que um dia eu também mereça algo assim.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Repetições

Da música On The Radio, Regina Specktor...

É assim que funciona:
Você é jovem até não ser mais.
Você ama até não amar mais.
Você tenta até não poder mais.
Você ri até chorar.
Você chora até rir.
E todo mundo deve respirar
Até o último suspiro.

Não, é assim que funciona:
Você procura dentro de você
Você pega as coisas de que gosta
E tenta amar as coisas que pegou
E então você pega todo esse amor que você fez
E crava em alguém
No coração de outro alguém
Bombeando o sangue de outro alguém.
E andando de braços dados
Você espera que ele não se machuque,
Mas mesmo se isso acontecer
Você simplesmente vai fazer tudo de novo.

E no rádio
Você escuta "November rain"
Aquele solo é terrivelmente longo
Mas é um bom refrão
Você escuta a música duas vezes
Porque o DJ adormeceu
No rádio



No fim, os erros, as atitudes e os resultados são sempre os mesmos. Por mais que saibamos, por mais calejados que estejamos, certas coisas não mudam. Vêm com defeito de fábrica. As possibilidades e probabilidades são, geralmente, avaliadas com antecedência e ainda assim, a verdade é que nunca sabemos o que estamos fazendo e esperamos mesmo que seja diferente, que tenhamos aprendido algo, que seja melhor.

Os mesmos medos e, consequentemente, os mesmos erros. Continuamos indefinidos, pela metade, se repetindo... E o que é que se pode fazer?! Apenas ser paciente. Conviver com nossas trapalhadas e expctativas tolas. Torcer e esperar que nossos erros sejam leves, passem rápido e que ainda errados, tragam alegrias... Que seja possível viver, do melhor jeito, errado ou certo, com o que há agora. E só!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O caos, os fones de ouvido, as dúvidas e as jujubas

Não tirava mais os fones de ouvido. Parecia estar num outro plano astral. Olhando longe, em silêncio, imóvel. Os olhos brilhantes, cheios d'água sem nenhuma explicação. Frequentemente a realidade interrompia e o caos tomava conta. A claridade ardia as pupilas e pisar em chão firme doía demais. Porque não se pode viver sonhado? O que, afinal, você esperava? As cenas, as cores, seus desenhos e trilhas sonoras imaginárias eram tão agradáveis e confortáveis, que a realidade chegava à ser cruel.

As dúvidas são as mesmas: Quem é que diz quando estamos indo longe demais? Quem vai dizer que sonhos não podem ser reais? Quando é a hora de parar? Como a gente sabe se está fazendo certo ou errado? Por onde é que se vai? Quem é que dá o primeiro passo? Qual a medida? Quando é que dá pra ir pra casa?

Peças soltas levam a vantagem de poderem se auto consertar. Ficam em silêncio, filtrando pensamentos absurdos, olhando pro chão, se recuperando. Compartilham seus medos apenas com as paredes do banheiro, dizem baixinho aquilo que não pode ser dito. Provavelmente as respostas também são as mesmas. Amanhã tudo volta ao normal. Esquece-se das perguntas, das respostas e segue-se, como for possível.


Já reparou como as jujubas são amáveis? Cristais de açúcar, cores e sabores adoçando a boca, o dia, a vida... A fuga fica sempre ao alcance das mãos, perto do som, do sonho e das cenas diárias inventadas por um maluco qualquer.




Tornar o amor real é expulsá-lo de você,
Prá que ele possa ser de alguém!


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Das impressões do dia

Fim de tarde, chovia muito. A noite ia ganhando espaço e as luzes da rua se acendendo. Tudo estava cinza e quente. Na porta, uma velha com traços orientais e lábios vermelhos, fumava um cigarro. A fumaça subia, enquanto ela apertava os olhos ainda mais para a próxima tragada. Ficou observando a minha partida sem expressar um sentimento. Parecia cena de um filme misterioso.

Podia ser que aquela velha chinesa emblemática, me observando da porta fosse algum tipo de sinal. Como aqueles que esperamos encontrar em bolinhos da sorte ou em mensagens astrais. Ou podia ser só uma velha chinesa, com lábios vermelhos, procurando abrigo da chuva forte, enquanto eu esperava meus milagres diários e imaginava mais uma cena...

Mais um dia vai terminar.
Mais um dia em que ela olha pela janela cinza e espera...


"Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes."
A Menina Que Roubava Livros