terça-feira, 29 de outubro de 2013

Acaso

Transbordo-me em sons, sentimentos e cenas
Sobram palavras, pensamentos e sonhos
Sinto o medo, a duvida
Me atrevo, me engano, erro, desfaço, faço
Fico!

Mas logo vou em frente
Encaro, desamarro os nós
Desamarro nós
Eu e você, finalizo
Vou!

Paro, penso, pesquiso
Reflito, me pergunto e duvido que você não tenha medo
E que sentindo medo, não sofra
Dou desculpas, me iludo
Sigo!

Escolho ir, vou, recomeço a andar
Corro, fujo, grito
Não tem essa de destino ou acaso
É tudo escolha
Assim, esqueço!

Me refaço
Reaprendo
Dou um jeito
Sonho diferente
Realizo!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Estagnação

As angústias se acumulam e transformam tudo em tédio
Inércia, apatia e sonolência
Em uma espera de algo que não se conhece
Que não se sabe se vai mesmo chegar

A ansiedade, essa sim vem
Junto com as dúvidas
Destroem você, acabam com as unhas
E expõe as rugas

Novamente, a ressaca
A paralisação necessária
A lentidão do luto
Do fim, do chão
Até o recomeço, até o reagir

Antes de um novo impulso
Um novo desafio, um encanto, um embalo
Uma nova paixão

Qualquer novidade
Qualquer coisa que te tire o chão
Acelere os batimentos, te faça perder o folego
Algo diferente e completamente novo

Que devolva a vontade
E faça sonhar
Finalize a ausência de progresso
E dê movimento e sentido aos dias


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Cotidiano

Sempre tem aquele momento reflexivo no meio de uma música romântica num show, mas dessa vez não foi triste como nas outras. Sei lá, eu só fiquei ouvindo a música, não pensei em ninguém especificamente, não senti saudades e também não me senti sozinha, apesar de estar. Eu só estava normal. Quando me toquei disso aí comecei a pensar... Porque eu não estava chorando? Porque eu não senti a falta de ninguém comigo ali? Porque fiquei sorrindo para o Steven Taylor formiguinha com roupas coloridas no palco? Acho que eu estou melhor, cada dia melhor. Acho que eu amadureci anos desde os meus 20 anos. Acho que estou me recuperando, cada dia mais. Acho que eu entendi tudo que a vida está tentando me ensinar através de socos e chutes, desde sempre e de novo. É vida, eu entendo! Sabe o que eu disse pra mim, enquanto pensava tudo isso? Apenas: NÃO TEM PROBLEMA! 
Minha capacidade de ser otimista e de analisar as coisas pelos dois lado às vezes me surpreende. Não, não tem o menor problema. Agora enquanto escrevo tudo isso fico me perguntando se não estou mentindo pra mim mesma, disfarçando que está tudo bem, que eu tô numa boa e que já superei. Uma amiga me disse, dia desses que eu pareço muito bem e que por estar assim às vezes me sinto culpada e começo a fingir que eu estou sofrendo, que sou a vítima da situação. Quem diria, se sentir culpada por ser feliz e estar bem. Tinha que ser eu! Canceriana dramática e exagerada que sou, tinha que ser mesmo! 
Tudo vai indo bem, obrigado. Ainda temos um milhão de coisas pra acertar do dedo mindinho aos batimentos cardíacos. Se eu tenho medo? É óbvio que tenho! E às vezes, sem me fazer de vítima, tenho crises de abstinência e ciúmes, mas sei lá, agora, exatamente nesse momento eu só estou bem. Nunca gostei tanto de mim como agora, poderia até me dar um abraço. De algum jeito eu sinto que vai ficar tudo bem e que pra variar, vou sair dessa melhor do que entrei.

É verdade, eu não quero perder nada e há tanto ainda a ser feito, conquistado, visto, vivido...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Chega!

Não quero me fazer de vítima de nenhuma situação aqui ou declamar o quanto "sou especial" por ter determinadas atitudes, mas aprendi a me colocar no lugar do outro. Doeu - afinal, todos os aprendizados, de algum jeito, marcam e transformam a gente - mas o ato de aprender em si, supera qualquer sentimento ruim e depois a gente nem lembra mais de que tamanho era aquela dor. Eu tenho aprendido a não ser egoísta e a compreender as pessoas, a respeitar que cada um tem um tempo pra refletir e fazer suas próprias analises e que, definitivamente, não cabe a nós julgar o que é bom ou mau para o outro, por melhores que sejam nossas intenções. Nós não sabemos nada sobre os outros. Aliás, mal sabemos sobre nós mesmos. Entretanto, isso tudo não significa que me tornei tão nobre a ponto de suportar todas as coisas calada, de não responder, de virar a face. Não! Independente do quão boas as pessoas possam ser, elas costumam nos ferir de vez em quando e, apesar de sermos capazes de compreender isso, não precisamos ser idiotas e insistir na dor.
Todos esses aprendizados doloridos me ensinaram a ser uma pessoa melhor, a tentar pelo menos, mas nenhum deles me tira a convicção e o senso de defesa e justiça. Ninguém precisa revidar, muito menos se vingar, mas todos nós temos o direito de nos proteger, fugir se for mais digno, responder a insistência do outro em nos ferir, mesmo que esse outro não saiba o que está fazendo. A gente pode avisar: nessa parte do meu coração não, aí ainda está doendo. A gente com certeza pode dizer: CHEGA! Assim mesmo em letras grandes, como um num berro.
Uma hora ou outra todas as pessoas que te fazem mal, mesmo sem intenção, vão alcançar essa compreensão e perceber que você já não quer mais ficar ali esperando, aceitando todos esses golpes. Mesmo que você se julgue muito forte a ponto de olhar, de conversar, de levar bofetadas e arranhões e continuar sorrindo, não faça mais isso. Não precisamos passar por isso, por essas humilhações. Dificilmente levantaremos e sairemos dos nossos buracos sozinhos, mas quem te derrubou não pode continuar te estendendo a mão. Você pode pensar que é arrogância, mas é só defesa. Quem já acabou com você duas vezes, não vai se importar de fazer isso uma terceira vez. Não por maldade, volta a dizer, mas só porque ficou fácil e é divertido.
A gente precisa entender como as coisas são, aceitar e admitir a realidade e se proteger se for conveniente. Eu me nego a cair no mesmo metro. Eu me nego a aceitar o sorriso malicioso do meu "inimigo" enquanto me seduz e se prepara pra me derrubar mais uma vez. Eu quero coisas concretas e reais na vida. Eu quero sempre, não só pela falta que faço, ou pela sensação de que se perdeu. Parece coisa de criança, molecagem, de quem faz as coisas sem pensar no intervalo, derruba os coleguinhas por brincadeira e depois os ajuda a levantar, pra amanhã passar uma rasteira de novo e fingir que é legal. 
Te dou o direito de ser você mesmo, sua liberdade e todas as coisas que eu te negava, mas me reservo o direito de não querer mais vê-lo, nem tê-lo por perto, nem saber nada sobre você. Que as pessoas não são iguais e não dão certo, que as pessoas se enganam e se esforçam pra ser quem não são, só pra agradar os outros, que as pessoas não conseguem ficar e fazer coisas básicas, é compreensível, mas que depois de tudo isso, mesmo indo embora, ainda voltam e ficam se fazendo presentes, eu não compreendo. Qual é?!

E, caso ainda não esteja claro, me reservo o direito de dizer, com toda a educação: FODA-SE!

♫ O que eu ganho e o que perco, ninguém precisa saber...

Dos desejos e lições

Eu desejo que na próxima a gente seja mais sincero
Não sincero com os outros, com nós mesmos
Desejo que a gente passe a exercitar hoje tudo que aprendeu até aqui
Que a gente não se auto-engane achando que pode ser quem não é
E mais que a gente não prometa ser quem não é
Mesmo quando fazemos isso sem maldade
Dói em quem acredita, investe e bota fé
Dói se decepcionar, desiludir
Sim a verdade precisa prevalecer, antes tarde que mais tarde ainda
Mas mesmo assim, se a gente não tivesse tentando agradar aos outros o tempo todo
Por mais compreensivo que isso seja
Se a gente não tivesse tentando ser agradável e só fosse natural
Quem sabe o que teria sido...
Eu desejo que a gente consiga admitir, assumir mesmo o que somos e o que queremos
Com toda as nossas convicções
E se o que você quer não for convencional, dane-se, tenha coragem e assuma assim mesmo
Antes de qualquer coisa a gente precisa se amar, se respeitar e saber quem é
Saber até que ponto pode ou não ir
O que consegue ou não mudar, o que acha que pode ou não fazer diferente
Sem auto-engano, só a verdade, a realidade
Sem isso de mentir pra si mesmo
Coragem!

O Renato Russo disse isso nessa música que a Maria Gadú canta:

♫ Fiz questão de esquecer que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira...


E aí, tem dias que ainda são muito ruins,tem dias que ainda não me conformo e não entendo... Sair desse buraco é trabalho diário e exaustivo. Mas eu vou sair sim e nunca mais vou cair nele... Não desse jeito!

♫ Tudo que eu errei, às águas vão levar...

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Das decisões

É provável que a gente não faça a minima ideia do que as pessoas a nossa volta enfrentam. A gente mal se conhece no fundo. Mas se por acaso você está passando por alguma fase difícil, tentando vencer algum obstáculo, ou já passou por isso em algum momento da sua vida, essa postagem é pra você. É o que eu quero dizer hoje pra mim e para todos que estão na mesma situação que eu, mesmo que de forma diferente. 

Sim, uma hora ou outra você terá que tomar suas próprias decisões e isso vai doer. Com certeza, em algum momento da sua vida você terá que ser adulto, firme, mesmo que seus joelhos estejam tremendo e você não se considere preparado para tal ato. Você vai precisar arrumar forças de algum lugar do seu corpo e da sua mente que você nem sabia que existia pra levantar e mesmo assim, você sabe que virão coisas maiores, piores e mais doloridas do que essa que vive agora, um dia. Não é pessimismo, é só a realidade que a gente não gosta de enfrentar. Ainda assim você vai precisar levantar a cabeça e dizer não, consciente disso! Se negar a cair no mesmo metro, cometer o mesmo erro. Eu não sei como você vai fazer isso, com certeza não tenho uma receita, mas tente ser sincero com você mesmo, se dê um tempo, se olhe no espelho, avalie-se e então abra a boca, erga a cabeça e diga: NÃO ou SIM! Somos totalmente responsáveis por nós mesmos, por nossas escolhas e todos os momentos que vierem, bons ou ruins, serão frutos do que plantamos. E sinto dizer, isso não é clichê! É a mais pura verdade. Seja forte, encare seus fantasmas, seja adulto, enfrente o que vier, faça as coisas com a cabeça no lugar, saiba porque está fazendo, levante-se por você mesmo, depois que conseguir isso, ainda vai doer, você ainda vai chorar, ainda vai ter dúvidas, mas será mais leve, porque você decidiu, compreendeu e se libertou da culpa. Só disse eu entendo, porque entendia e adeus, porque já não podia mais ficar ali. E tudo bem! A gente consegue, eu juro que a gente consegue, não importa o quanto seja difícil, eu tenho certeza que a gente consegue!