segunda-feira, 28 de março de 2016

Adultos! De verdade...

Às vezes a gente se pega olhando pra trás e reencontra tantos sonhos, tantas pessoas e percebe o quanto cada momento, cada detalhe, cada aprendizado ou idiotice, foi importante e essencial para que chegássemos onde estamos. 
Um dia um menino não aceitou meu depoimento no orkut e me explicou num e-mail o quanto eu fui metida. Na época, lembro, fiquei muito ofendida, mas a verdade é que - sim! - eu fui extramente arrogante, egoísta e escrota diversas vezes na minha juventude agora tão distante. Estou sorrindo enquanto escrevo isso, eu não fazia por mal, eu nem sabia o quão horrível eu era e sinto muito pela minha ignorância sobre meus próprios atos. O pior é que se alguém me falasse tudo isso eu não acreditava, "oras, eu não podia ser tão ruim assim", hahahaha, mas era! 
Fora isso, eu era uma sonhadora, acho que até bem mais positiva do que hoje e eu conseguia transmitir isso para os outros. Claro, ainda acredito na humanidade, ainda me considero uma pessoa de bem e do bem e eu ainda tenho muitos sonhos, mas a verdade é que há uma grande possibilidade de eu ter perdido muito daquela mania adolescente de romancear tudo e qualquer coisa. Responda rápido: você ainda olha as estrelas, se encanta com o luar, liga de madrugada, abraça inclinado, manda emails sem sentido, compartilha músicas cheias de significado, namora no carro?
A paixão muda quando a gente adultece. Em muitos casos ela vira amor. Mas o amor é diferente. Ele é calmo, seguro de si e do outro e talvez até um pouco monótono. Mas o fato é que ele está lá todas as noites na hora de dormir e no bom dia ao acordar. Não dá pra viver apaixonado pra sempre. Mas amar dá!
As paixões são lindas, algumas tem muita cara de amor e essas são verdadeiramente bonitas e sinceras, mas elas passam - às vezes como um furacão - e destroçam a gente levando um pedaço grande dos nossos corações. De qualquer forma, são elas que deixam uma saudade boa e que demonstram o quanto a vida vale a pena. Da forma que for. 
Então, um dia, quando a gente é adulto de verdade, dá uma folheada rápida no passado só pra sentir aquele gostinho de ter, ainda, um restinho de criança dentro de si.




P.S: me casei com uma dessas paixões sinceras da juventude, que não passou feito um furacão e virou amor num reencontro depois de 10 anos.
P.S I: tive amigos apaixonantes na minha vida. Duas em especial, eram meio irmãs, meio cúmplices e sinto muito a falta delas, mas óbvio que a vida é diferente agora.
P.S II: meus vinte e poucos anos foram uma grande aventura. Valeram a pena! E no final, acho que deu tudo certo. Tenho que agradecer e me desculpar com muita gente, mas ninguém pode reescrever o passado.
P.S III: acredito mesmo que tudo aconteceu como tinha que acontecer e que estamos exatamente onde deveríamos estar. Sou adulta agora, de verdade.