quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Nosso recomeço de cada dia!


Por mais que eu tente resistir, não há como negar, adoro essa sensação de recomeço. Todo dia se quisermos podemos experimentá-la, mas no Reveillon é diferente. Por mais que você, no caso eu, passe o dia dizendo que é uma data normal, que passa do fim do mês pro começo de outro 12 vezes no ano e que amanhã será apenas mais um dia primeiro, quando chega a noite, é contagioso. Melhor, contagiante.

Aí você para e analisa o que deu ou não certo no ano que tá terminando. Pode fazer uma auto-reflexão e avaliar onde errou mais. Como nas empresas quando colocam aquelas placas "Fechado para Balanço" e em seguida, pode usar os artíficios da administração, ter uma "Reunião de Planejamento Estratégico" e formar uma lista de objetivos viáveis para o ano que vai começar. Nossa! Não, não sou tão organizada assim, quem dera.

Bom mesmo é agradecer pelas coisas que aconteceram. Até as ruins. No fim acabamos tirando grandes lições dos erros. Bom mesmo é ligar para os amigos distantes perto da meia noite. É poder desejar um bom ano a quem se ama. Aquele abraço apertado na mãe. Aquele sorriso largo para o irmão. É ter um motivo a mais pra mandar mensagem, especialmente, para aqueles que você não vê desde o ano passado. Bom mesmo, é saber que um novo ano vai começar e cada um tem a oportunidade de ser diferente, de melhorar, acertar! É um recomeço. Uma nova chance!
Portanto, pode fazer planos, pode desejar, sonhe à vontade e comemore essa oportunidade. Ela só vai acontecer de novo daqui 365 dias. Agora, vê se não deixa pra começar 2009 só depois do Carnaval tá?!

Que seja um ano de pensamento positivo. Sorriso nos lábios. Força de vontade. Recomeço! E claro, um ano de novidades. Novas descobertas, novas alegrias, novos amigos, novos lugares e conquistas! Feliz 2000inove pra você! Bom recomeço!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Janelas do Dia

"...Qualquer outro lugar comum, outro lugar qualquer..."

[Skank]

A história de uma busca...


The Bealtes disse:

"Pinte-se a si mesmo em um barco em um rio
Com árvores de tangerina e céus de marmelada
Alguém o chama, você responde muito lentamente
Uma menina com olhos de caleidoscópio

Flores de celofane amarelas e verdes
Sobressaindo sobre sua cabeça
Procura a menina com o Sol em seus olhos
E ela se foi

Siga-a rio abaixo até uma ponte através de uma fonte
Onde pessoas de pedra a cavalo comem tortas de marshmallow
Todos sorriem enquanto você é levado em meio às flores

Aquilo cresce tão inacreditavelmente alto
Táxis de jornal aparecem na margem do rio
Esperando para levá-lo de lá
Dê meia-volta e suba o rio com sua cabeça nas nuvens
E você se foi

Pinte-se a si mesmo em um trem em uma estação
Com carregadores de massa de modelar com visual de gravatas de vidro
De repente alguém está lá, na catraca
A menina com olhos de caleidoscópio"

sábado, 27 de dezembro de 2008

Peripécias Desimportantes

"...Somos o que há de melhor! Somos o que dá pra fazer...
O que não dá pra evitar e não se pode escolher..."

[Gessinger]

Mesmo que desse, tenho certeza que escolheria vocês para serem minha família!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Janelas do Dia

Tá ficando um blog triste e estressado... Que horror! Amanhã será diferente! Palavra!

Conversas de Boteco


A primeira vez que entrei num bar tinha 4 anos de idade. Quem diria, passados praticamente 20, moro num deles. Não se trata de gostar ou não, mas os melhores e piores momentos da minha infância remetem à eles. Nas lembranças, eu e e meu irmão dormíamos num cochonete sujo ao lado do balcão do bar cuidado pelo meu pai. Éramos filhos de pais separados, crianças cuidadas por um homem sozinho. Crianças, as melhores amigas de um bêbado - depois da cachaça, é claro. Aqueles bêbados ajudaram meu pai a cuidar da gente. Lembro que eles pagavam doces e que eu chupava um bico cor-de-rosa nojento. Foi assim que adquiri minha primeira cicatriz: Caí e bati o queixo no balcão, que cheirava a mais doce das cachaças.
Numa outra vez, estava tudo escuro e a chuva caia pesada lá fora. Devia ter acabado a luz. As velas e as vozes davam vida e iluminavam tudo. Eu estava sentada no colo de alguém, tinha uma roda, alguém tocava um acordeon, outro uma viola e por fim meu pai batia duas colheres no joelho, num ritmo perfeito. A música? A mais brega e contagiante que você possa imaginar: "Não interessa se ela é coroa, panela velha é que faz comida boa..." Grande Sérgio Reis.
Mais tarde, quando fomos morar com a minha mãe, tinha muita gente, sempre. Além de torneios de sinuca, truco e tudo mais que envolvesse jogos de azar. Hoje, acrescento à lista as máquinas caça-niqueis. Era ao mesmo tempo bom e ruim. Ruim porque ela estava sempre ocupada para dar atenção aos filhos, tinha mais é que cuidar das "crianças" (adultos alcoolizados) que frequentavam a casa. E bom, porque os fregueses passaram a levar os filhos também, que entravam e brincavam comigo e com meu irmão.
Nossa casa era uma bagunça. Pilhas de pratos sujos acumulavam na pia, mas quem se importa quando se esta brincando. Nessa época organizei inúmeras atividades para os mais novos. Assim como no bar, tínhamos jogo de truco, cacheta e etc. Além de banco imobiliário, esconde-esconde, futebol, entre outros; E valia dinheiro também, começava sempre com 10 centavos e ia aumentando. Vi minha mãe expulsar bêbados golpistas à pontapés daquele bar. Sentia um enorme orgulho dela nesses dias. Descobri que ela podia passar de heroína a pilantra em questão de segundos. Aprendi que homens tem muita facilidade para trair suas esposas e mentir. Mas também aprendi que choram, alguns até amam, geralmente depois de umas e outras e, quando a vítima da traição são eles mesmos. Vi festas. Brigas. Aprendi a jogar sinuca. Descobri as vantagens de se ter um bar quando comecei a levar doces pra escola. Aprendi que cirrose mata. Que dependentes químicos tremem as mãos e precisam tomar uma pra firmar o pulso mesmo. Fiz amigos de verdade. Muitos bêbados fazem parte da minha vida e todos tem seu valor. Entretanto, fui crescendo e apesar de tudo, aprendi a detestar estar atrás de um balcão de bar.
As coisas mudaram. Não tem a mesma magia e a diversão de antes. Também pudera. Adultos vêem as coisas com outros olhos. O ritmo diminuiu. Não tem mais cacheta. Nem tanta gente. Tem dias que parece até um cemitério de tão vazio e outros, em que os piores tipos - não os bêbados amigos das crianças - surgem por lá. E, nesses dias, eu queria que minha mãe tivesse um trabalho normal.

Janelas do Dia

"Don't worry about a thing, 'cause every little thing gonna be all right..."
(Bob Marley)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O oposto de "Feliz Natal"

Antes de mais nada, não sou nenhuma ranzinza sem coração que não tem espírito natalino, calma.

Qual é o problema do Natal?
Muitas pessoas o esperam o ano todo. É uma data religiosa, de se passar com a família, etc etc. Era pra ser uma coisa mágica para as crianças - Se bem que nunca acreditei em Papai Noel e também, nem tentaram me convencer da existência dele. Entretanto, o que tenho visto nos últimos anos, pelo menos lá em casa, é um estresse sem fim.

O que há com as pessoas quando o assunto é festa? É uma ânsia desesperada para dar o melhor presente, ter a melhor ceia, fazer a noite mais perfeita de todas. O que é isso? A cidade cheia, o trânsito um caos, rios de dinheiro investidos em coisas e coisinhas que em menos de uma semana serão esquecidas. Luzes, luzes e mais luzes. Árvores gigantescas, enfeitadas como num carnaval sem fim. Uma bagunça desenfreada e consumista. Aí as mães saem cedo de casa para fazer as compras para ceia, o mercado está lotado, empurra empurra, fila para carne, fila pra passar as compras, estresse, pressa, aaaaahhhhhh... me tirem daqui. Quem precisa de tanta comida no Natal? Pra quê tantos presentes? Quanto você gasta a mais com energia elétrica? Quanto tempo você perde em supermercados, lojas e afins? Porque não usar esse tempo para realmente estar com a família?

Li um artigo esses dias que criticava pessoas que, como eu, não gostavam do fato do Natal ter se tornado uma data comercial, falando que é a data em que muitas pessoas conseguem emprego e assim levar alguma coisa para casa, ou que, com o 13º, muitos pais e mães podem realizar os desejos de seus filhos. Enfim, pensei com meus botões, "sou uma grande idiota por não gostar dessa forma de fazer Natal", mas não, não mesmo!

Dá pra fazer uma coisa mais simples, mais aconchegante, sem tanto estresse, sem que ninguém fique sem presentes e todos se alimentem bem. O que é um Feliz Natal de fato? Não posso responder por você, certamente, mas uma coisa eu sei, Feliz Natal não tem nada a ver com estresse em filas quilômétricas nos super-mercados e shoppings centers.
Eu quero Natal de verdade. Quero a alegria e a paz do Natal, de volta!