terça-feira, 30 de março de 2010

As coisas que aprendi nos discos I

Não importa o que, nem quando, como ou o grau de dificuldade. Somos capazes de tudo. De aprender qualquer coisa, sempre! Claro que, não antes de tomarmos alguns socos na boca do estômago, de nos sentirmos mal e chorarmos um pouco. Mas tenho pra mim que isso tudo faz parte!
Aprender. Aprender. Aprender. E aprender!
É o que há. O que resta. O que de fato faz sentido!
Sei que para os paranóicos de plantão - (leia-se Jéssica Santos) - errar nunca é legal, errar não é permitido, errar é frustrante e é muito chato. Os otimistas e acertivos responderão com o riso cheio: "Ora, vamos lá, o que é isso, errar também faz parte do acerto!" É por isso que vale a pena se perceber, se auto avaliar e recomeçar. Aprender com os erros é uma maneira bem eficaz de aprendizado!
Ainda tem muito pra aprender.
E como é bom aprender, melhorar!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Quanto cabe numa vida?

Quantas coisas já dissemos?
Quantas vezes nos encontramos com o amor?
Quantas vezes odiamos?
Quantos abraços, mãos e beijos já se foram?
Quantas fotos, emails, retratos de bons momentos?
Músicas, cartas, declarações, palavras e sentimentos?
Aventuras, pessoas, brigas...
Quantos anos já passaram?
O quanto mudamos?
O que você achava que seria quando tinha 15 anos?
Quais eram os seus planos?
E os seus amores?
Foi melhor ou pior do que esperava?
Do que mais sente falta?
Do que se arrepende?
Quanto cabe numa falta?
Quanto cabe numa vida?







2002 faz muito tempo!

sexta-feira, 19 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Nada demais...

Para uns destino, para outros embalo próprio

Nada demais!

Bom dia!

quarta-feira, 17 de março de 2010

A vida vale a pena

"Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
...
Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena
...
Sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena."

Ferreira Gullar

domingo, 14 de março de 2010

O mundo tem que ser bom, Sebastião

Eu sei, tem horas que cansa mesmo. Tem horas que você pensa: "Foda-se né?! Do que adianta eu buscar justiça e ter boas intenções se ninguém mais tem?!" Aposto que suas mães avisaram que seria assim. A minha avisou. Eu lembro, acho que sempre soube e até tomo meus cuidados. Mas no fundo não quis acreditar e acho que ela não quis acabar com meus sonhos.

Enquanto somos crianças é mais fácil crer no bem. A inocência nos permite isso. Mas aí, você vai crescendo e vendo coisas desagradavéis. Vai ficando mais realista, mais ranzina. As cores e o brilho diminuem um pouco. Não tem mágica mais. Problemas são problemas reais e alguns não tem solução.

Eu ainda tive a sorte de crescer em cidade pequena - não vi nem metade das maldades que existem no mundo. Tive a sorte de encontrar amigos que tem um coração do tamanho do meu e sonhos bem parecidos. Não, ninguém é perfeito! Mas conviver com pessoas que se esforçam pra ser boas, ajuda a manter a fé e os sonhos. Por isso eu os amo tanto, sacas?!

O fato é que o mundo não é como eu imaginava quando tinha 10 anos, não é mesmo. As pessoas não são boas. O mercado é nojento. A corrupção e as negociatas estão por todos os lados e isso tudo é revoltante. E ás vezes é difícil aceitar que não podemos fazer nada. Às vezes a raiva e a decepção com o mundo são mais fortes do que a fé e a boa vontade.

Moral da história: Fique triste, revolte-se (mesmo que em silêncio), chute o pau da barraca se achar que dá, mas não esqueça das coisas que você acredita! No fundo, mesmo quando se quer desistir de tudo, não dá! Se você acha mesmo que tem um bom coração e que quer o bem das pessoas como um todo, mesmo que o mundo seja uma merda com você, não foda com tudo, não seja uma merda com ele, resista! Não sei deixe corromper!

Mesmo adultos, mesmo à merce do mundo e do limbo do mercado, manter a fé, a esperança e o brilho nos olhos é o certo! Além de ser o que ninguém espera... Fazer a nossa parte já ajuda e muito!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ainda sobre o amor

*Amar, Carlos Drummond de Andrade

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simplesmente ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expéctante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.


Ahhh Carlos, como eu te amo!

All Star



"O amor, seja como for, é o amor!"
E, mesmo quando dói, mesmo quando passa
Ele continua sendo amor

E depois de, por várias vezes
Tê-lo culpado
Você aprende a só amar o amor
Aceitá-lo simplesmente

Nessas horas você se sente mais leve, mais livre
Romantismo sem motivo, não faz mal
Adoça a vida!

Drummond disse:

O amor pulou o muro
O amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa feriada, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.


* O amor bate na aorta, em Antologias Poéticas!

Sarou!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Identidade

Eu devia ser mais gente?
Mais séria, talvez...
Eu devia parecer mais adulta?
Talvez eu não devesse deixar tão claro que sou maluca
Será que meu otimismo e exagero incomodam?
Essa minha paixão pela vida e pelos amigos
Isso tudo que eu declaro todos os dias
Será que está certo ser tão direta?
Se expor, deixar os sentimentos às claras...
Eu não pareço jornalista, acho que não sou!
Eu não pareço ser política, nem atriz!
Eu nem pareço ser inteligente
Acho que eu só pareço ser feliz...

Eu pareço ser radialista, isso sim!
Radialistas são malucos e felizes por natureza
Radialistas gostam de música
E de piadas, muitas piadas
Radialistas acham que nasceram pra levar alegria até às pessoas
Radialistas acreditam que são ouvidos
Que são importantes, mesmo sem serem vistos
E alguns acreditam que influenciam a vida das pessoas
Ou do país!

Radialistas não precisam se preocupar com aparência
Nem se importam muito com o que vão pensar
Eles se sentem mais livres, eu acho
Podem ir a festas trabalhar
Podem ter mais de uma profissão
E nos bastidores acreditam que podem até falar palavrão
Ninguém espera nada de um radialista
Só que ele não fique gago, nem rouco,
Que dê bom dia animado
E entenda um pouco de inglês e português básico

Mesmo assim,
Radialistas também acham que podem
E devem ajudar a mudar o mundo
Dando voz às pessoas!
E eles falam e podem ser entendidos por todos
E eles riem
Animam o seu dia!
E eu gosto de ser assim...
Será mesmo que eu devia ser diferente?

sexta-feira, 5 de março de 2010

Dos vícios

Someone like you...


Essa versão do Christian Luke ficou show!

Eu quero um estúdio de rádio no meu quarto!

terça-feira, 2 de março de 2010

Chocolate quente

Então, as águas de março que fecham o verão
Chegaram mais cedo esse ano
Vieram em fevereiro.
Abrindo o outono
Antecipando as noites geladas e bonitas do inverno!
Não te parece que por mais frias que sejam,
As noites de inverno são mais estreladas?!

O céu ganha um zul diferente...
Tudo parece bem limpo!
A lua e as estrelas ganham um brilho a mais...
Ficam nítidas como nunca!

O vento dessaruma os cabelos
O frio corta os lábios...
Mas o coração aquece com os abraços, com os amigos
E para qualquer outra falta,
Experimente uma chicára de chocolate quente!


P.S: Para que não fiquemos com tantas saudades do verão...
Lançamento da semana:




Skank, Noites de Um Verão Qualquer!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Contos de Luzia Sina - Um monstro de canelas finas


Na noite seguinte, Luzia decidiu enfrentá-lo. Armou-se com seus melhores pensamentos, agarrou o velho urso de pelúcia e foi para o combate. A armadura era composta por um pijama colorido e pantufas em forma de pata de tigre. Luzia, crente que venceria, aumentou o volume do rádio. Hoje o tom era dado por um rock dançante. Ela chacoalhava o corpo e com os cabelos soltos mexia a cabeça sem parar. Tirou todas as coisas do armário e varreu embaixo da cama. Apagou a luz e disse bem alto: “Bicho papão você não pode me pegar!”

Logo se viu por trás da porta um par de canelas finas. Que cara teria o tal monstro? De que cor seria? Agora os temores de Luzia davam lugar à curiosidade. Ela não queria machucá-lo, só queria conhecê-lo. Seriam bons amigos. Porque não grandes companheiros?! Os dois estavam sozinhos... Luzia Sina seria a mais nova doida do bairro se contasse à alguém sobre o monstro de canelas finas que habitava seu quarto.

A caça ao fantasma durou horas. Ele saiu porta fora, se escondeu em outros cantos. Estava mais brincando que assombrando. Fazia maldades e assustava Luzia de vez em quando, mas acabava sempre por se render à seus encantos. Tinha uma risada inconfundível e o dom de irritar Luzia. Mas agora ela já estava até se afeiçoando. Queria que o bicho papão, antes tão temido, ficasse. Com quem iria conversar? Das canelas de quem iria rir? Luzia Sina, quem diria?! Foi se apaixonar logo por um monstro bem humorado de canelas finas que a tirava do sério. Acabou que Luzia preferia as noites e o medo de escuro já não andava por lá.

No fundo ela sabia, era tudo ilusão. Continuava sozinha. O tal bicho papão era apenas um fruto de sua fértil imaginação. Mais cedo ou mais tarde ele também iria e aí viriam outros monstros, de outras cores, com outras canelas. Talvez mais complicados, bem mais assustadores. O mais temido era um tal chamado... Realidade!

Contos de Luzia Sina - A volta do bicho papão

Naquela noite Luzia Sina voltou a ter medo de escuro. Depois de tanto tempo, o bicho papão retornava ao quarto. Hora escondido dentro do armário, hora embaixo da cama. Ele estava lá. Voltava a assombrar a pobre heroína.

Luzia, que já não era tão menina, tinha que enfrentá-lo. Como pode tê-lo deixado entrar?! Ela sempre tão atenta... Esqueceu uma fresta da janela aberta e, ele, mais que depressa, entrou para desarrumar a casa.

Tentou disfarçar, dormiu fora uns dias, deixou a luz acesa, mas não há como negar. Os velhos medos voltavam a incomodar e agora ela estava sozinha. Não tinha nem pra quem gritar...

Naquela noite Luzia Sina voltou à roer as unhas, a sentir frio e a desconfiar do futuro. Temia a solidão, mas desejava enfrentá-la. Temia os finais que ainda viriam e buscava conformação repetindo: “Todo mundo vai embora, de algum modo, algum dia e nós sempre teremos saudades!”

O soluço chegou a garganta e os olhos se encheram d’água. O blues no rádio dava o tom nostálgico e tudo que lembrava era do caminhão de mudança carregado. Ah Luzia Sina. Para de roer as unhas menina! Isso não vai te levar a lugar nenhum.

O bicho papão ficou com pena e deu uma trégua. Deixou que chorasse. Por hora não iria perturbar. Mas se prepare Luzia, o confronto com seus medos acabou de começar, amanhã ele vai voltar!

Março

Sinto sua falta
Seja lá quem for
Sinto mesmo à sua falta

Ficou um espaço em branco
Uma parte sobrando no guarda-roupas
As esperanças no acaso oportuno, se foram
Penduradas no caminhão da mudança

Você não está mais lá
Sou apenas eu
E a calçada vazia
Não há ninguém no portão

Sinto sua falta
Talvez seja a lua
As alterações iluminadas dos astros

Meu mapa astral que não bate com o seu

O mês de março inicia
Serão trinta dias de sensibilidade pisciana
E você não estará lá, nem uma vez mais
Fica só um novo adeus
No velho retrato empoeirado