sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Oceano de distância

Quando não tenho notícias suas, eu sinto que te esqueço e quando meus amigos não perguntam como eu estou, eu fico mais leve. A maioria disfarça, fingem que nada aconteceu e me poupam de qualquer comentário sobre você. Eu tento te apagar das minhas lembranças, do meu computador e da minha vida, todos os dias. Em alguns eu consigo e sinto que estou indo bem. Não vou aos lugares que acho que você possa estar. Apaguei seu telefone, nossas fotos e todos os emails.Quando escuto as músicas que gosto e admiro o céu, esqueço ainda mais de você!
Demorei pra te deixar ir embora. Uma vez surtei quando pensei que você iria sumir... Mas você não sumiu e foi pior. No fim, não deveríamos ter atravessado o oceano que nos separava no começo. Pensando bem, a distância fomos mais felizes. Agora eu luto contra a corrente pra reatravessar o meu oceano e voltar pra casa. Nadar pra longe de tudo que nos mantinha unidos, pra longe de você. 
Enquanto vou seus olhos ficam na praia, me observando ir embora. Quando olho pra trás você me acena com um sorriso confuso, como se não soubesse ao certo se quer ou não minha partida. Isso me dá ainda mais fôlego pra continuar nadando pra longe. Sua indecisão, insegurança e falta de vontade sempre me irritaram. 
Entende agora?! Era por isso que eu não acreditava no seu amor. Eu dizia, em meio às discussões, que não podíamos ter só a parte boa dos relacionamentos sempre, que também precisamos de responsabilidade e compromisso e agora acho graça quando lembro de você tentando me convencer que me queria, que me amava, que queria ficar e que tudo aquilo era real. Eu sabia que não era! Por vezes me deixei levar e em alguns momentos acreditei. Ah, queria muito que fosse verdade, mas parece que eu sempre soube que não era...
Você deixou claro desde o começo que era um aventureiro e isso me deu medo. Mas você disse mais, fez um milhão de promessas, desenhou uma vida excitante e eu aceitei o desafio, embarquei apaixonada pela ideia, sem garantia nenhuma. Você dizia que era do tipo que não se envolve, que completa e não que invade, mas invadiu, se envolveu e acho que em algum momento também quis ficar, quis ser o cara dos meus sonhos. Mas não era e isso saiu caro. 
Parece que eu sabia que um dia ou outro você iria abandonar toda aquela normalidade, mais um dos seus planos que não deu certo, um dos seus sonhos que não saiu do papel e das palavras. Era só sonho, só desenho e você é bom em sonhar! Eu também achava que era. Você me confundiu tanto e acho que até me manipulou, sem querer, muitas vezes. Eu sempre acreditei que eu era a sonhadora e você o realista, mas agora vejo que é completamente o contrário ou que meus sonhos são mais reais e possíveis. Mas eu sabia que um dia ou outro você só seria aquele cara que ficou na praia, fumando seu cigarro tranquilo, enquanto eu encarava essa realidade sozinha. Daria um filme se eu romanceasse um pouco mais. 
No fim, eu demorei demais pra arrumar as malas, pra cair na real. Se você pedisse eu ficava, eu ia ficando mais um pouco, mais um pouco e assim o tempo ia passando, até outra briga, até outro momento de frustração e até o dia em que eu realmente iria sair daquele lugar comum. Você não tomou nenhum atitude, nem pra eu ficar, nem pra eu partir, deixou que eu resolvesse tudo sozinha, como sempre. 
No fim, imagino que você continua na praia, fumando seu cigarro tranquilo, com aquela pose de quem não está nem aí, seu charme decadente, sonhando acordado e encantando alguma outra menina boba com seus desenhos e promessas. Não, você não é um cafajeste, não acho que faz isso com intenção ou por maldade. É só você! E eu continuo nadando, fugindo daquela praia que parecia um paraíso, lutando contra um mar real e furioso até chegar em casa. Agora falta pouco, falta muito pouco.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

26 Recomendações para seguir em frente!

1. Busque o melhor para sua vida e não aceite menos que isso
2. Ninguém muda ninguém, nem com o tempo, fuja!
3. Não insista no sofrimento ou no meio termo
4. Não julgue, mas também não se iluda
5. As pessoas, por melhores intenções que tenham, são más
6. Seja forte, não se abale por qualquer coisa
7. Eventualmente, irão se aproximar de você apenas para se aproveitar, mas só farão isso se você deixar!
8. Seja educado e simpático, mas compartilhe seus limites
9. Quando algo acaba, acaba! Não adianta torcer o frasco, nem encher de água pra disfarçar
10. Se não te serve mais, jogue fora, abra espaço nas gavetas
11. Se não te faz bem, não tem porque manter por perto
12. Apague as fotos e as lembranças, você vai ter outras histórias pra contar para seus netos
13. Primeiro você, você primeiro sempre
14. Nunca mais perca um show por motivos alheios
15. Saia de casa, viaje, realize todos os seus sonhos
16. Não se deixe manipular por palavras vazias
17. Quem te quer por perto conquista sua amizade com atitudes
18. Pare de se culpar, somos adultos!
19. Respeite seu tempo e seu espaço
20. Se refaça, sem pressa
21. Termine seus estudos e comece outros
22. Comemore suas conquistas
23. Não dê chances para as pessoas te fazerem mal, se afaste!
24. Aprenda, de novo e sempre
25. Olhe pelo lado bom... E de ângulos diferentes
26. Perceba o quanto caminhou e continue em frente!



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Recesso e Reforma

Foi de repente, num rompante de fúria
Bem no meio da turbulência, tempestade de mágoas
Olhou para o condutor, desesperada e pediu:
Por favor, me deixe sair!
Tudo que ela queria era tempo para entender as coisas
Ir embora daquele lugar tumultuado, ficar quieta no seu canto
Não saber de nada, não ver nada que lembrasse o passado
Só a paz do seu lugar, o silêncio e ela

Envolvida no seu mundo, meio escondida da vida
Ela foi reaprendendo a sorrir, colocando a casa em ordem
Limpou cada cantinho, vasculhou todas as gavetas
Não deixou nada pra trás, nem um único defeitinho encoberto
Se virou do avesso e de ponta cabeça 
Até concertar tudo que estava quebrado
Dessa vez não escondeu a sujeira embaixo do tapete

Aos poucos se libertou
Já não se sentia mais tão culpada
Não o procurava nos sonhos
E tinha que fazer um certo esforço pra lembrar do rosto
Do gosto e do telefone... Estava passando, finalmente! 
Sua melhora era visível
A cor da pele, o olhar, o riso
Os passos largos, a fé e a esperança de volta

Ainda assim, não se atrevia a colocar o pé pra fora
Não era hora de abrir as janelas, muito menos as portas
Mesmo que estivesse tudo limpo e pronto
Agora não! Queria continuar ali, quieta no seu canto
Depois de todo aquele esforço pra deixar a casa em ordem
Não queria nem pensar em bagunça
Imagina, deixar alguém entrar e acabar com tudo de novo?! 
Nunca mais deixaria ninguém bagunçar seus sentimentos daquele jeito

Mesmo que não existissem mais mágoas e nada mais a ser dito
Mesmo com a clareza e compreensão 
Também não era hora pra retomar a amizade
Ainda não! Precisava de mais um tempo...
Até ter certeza de que o muro não ira ceder com as rachaduras
Que a casa não iria cair no primeiro contato
Um dia sim, com o cimento seco e a fundação bem sólida
Quem sabe, um olá da calçada... 



P.S: Pode ser que você tenha uma receita ou conheça um jeito mais fácil e rápido de vencer suas lutas. Mas o que é que nós sabemos dos outros?! Cada pessoa é única e cada uma tem suas próprias guerras pra lutar e seu próprios meios para derrotar o monstro que habita em todos nós. Pode ser que o seu jeito de superar as cosias, não seja o melhor ou o recomendável, mas pelo menos você está lutando, até com você mesmo pra ser alguém melhor! 

♫ Todos los altibajos de la marea
Todos los sarampiones que ya pasé
Yo llevo tu sonrisa como bandera
Y que sea lo que
Sea...




segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Mudanças

Enquanto o pessoal da mudança carregava meus pertences porta a fora, já com o velho quarto vazio, parei para olhar aquelas paredes. Pensando bem não demorou tanto. Pensando bem não foi tão ruim ou tão difícil quanto eu imaginei. Analisando bem, foram 2 anos e alguns meses ali... E foram bons. Passou um filme rápido na minha mente enquanto girava dentro daquele comodo, agora vazio. Revi os dias na sacada, os amores, os amigos, as brigas, as lágrimas, as músicas, as noites de insônia, as conquistas e tudo que aconteceu nesse tempo. Meus olhos se encheram d'água, mas o sorriso não saiu do meu rosto nem por um segundo. Mais um etapa que termina e outra novinha começa! Talvez por consequência da minha profissão, peguei o costume de falar com as paredes e disse: "valeu, eu vou sentir saudades, obrigada por tudo que aconteceu aqui!" Virei as costas, deixei as chaves e fui.
No caminhão do Seu Felipe estava escrito "Eu mudo você!" Fiquei pensando nisso, nas mudanças que enfrentamos no decorrer da vida e em como elas nos afetam. Acredito que todos os dias nós mudamos um pouco, aprendemos algo novo e até as coisas que continuamos a errar, nos transformam profundamente. Depois do primeiro ato, daquela parte de aceitar e encarar a mudança com bons olhos, é bom, é realmente melhor assim, melhor mudar, crescer. 
Minha rua nova é bem silenciosa e tem uma vista bonita. Minhas janela são grandes e guardam retratos bonitos. Ainda tem muita coisa pra resolver e arrumar. Tem horas que mudar é cansativo e desesperador, aí minha mãe chegou, trouxe comida, meu sofá e colo. Eu disse: mãe, venha morar comigo, deixa eu voltar a ser criança. E ela respondeu: fia, você já é adulta agora! Minha sobrinha roubou meu colo depois dessa frase. Quando todos foram embora, eu fiquei em silêncio olhando para aquelas novas paredes e imaginando tudo que poderei viver ali, tudo que vem pela frente. Você deve estar pensando que é ruim ficar sozinha, mas solidão não tem nada de ruim não. Me saí muito bem na primeira noite morando sozinha, acordei mais orgulhosa de mim, eu vou tirar de letra! Aos poucos a casa vai ficando em ordem e muito em breve será um lar de verdade, meu lar...


sábado, 25 de janeiro de 2014

Os bons tempos voltaram

Ontem eu fui num bar
Dancei até o dia terminar
Ouvi todos os rocks que gosto
Lembrei de quem eu sou
Sinto, os bons tempos estão voltando!

Ontem eu revi meus amigos
Tomei uma boa cerveja gelada
Conversei, dei risada
Me reencontrei comigo, na minha melhor fase
Vi, está tudo voltando pro lugar!

Agora sim, como sempre foi
Aquela garota da faculdade
Do sorriso gigante, sem tempo ruim
Livre, cheia de sonhos, simplesmente feliz!
Sim, aquela menina que se perdeu nos últimos anos,
Acaba de reencontrar o caminho de casa!

Ontem eu saí
De saia, salto alto e maquiada
Pra ver gente e ouvir a rua
Pra correr na chuva de madrugada
Amanhecer acordada...
Fui e revivi meus melhores momentos
Enquanto planejava os próximos...
Sei, não vou perder mais nada
Os bons tempos voltaram!







sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Nostalgia Pré Mudança

Eu sou a filha do meio da Dona Maria e do Seu Gonzaga e até 2011 morava com minha mãe, meus dois irmãos, meu cunhado e minha sobrinha em Carambeí. Sempre fui a mais ligada com minha mãe e o discurso, desde que me entendo por gente, era que eu cuidaria dela quando envelhecesse e que eu moraria com ela para sempre. Por mim seria assim, eu adorava esse plano, mas meus sonhos foram me levando e cá estou.
Quando decidi sair de casa, foi meio do nada. Eu trabalhava em dois períodos em Ponta Grossa -  tudo bem que são só 15 quilômetros, mas e daí?! Tinha dia que eu saia de casa às 6 da manhã e voltava às 22 horas, era cansativo, de moto, carregando sempre mochila pra todo canto, ter sempre que dormir na casa dos outros, enfim. Um belo dia decidi que iria alugar uma kit e comecei a procurar nos jornais, não avisei ninguém. Olhando agora parece que foi rápido, entre o dia da decisão e a mudança, parece que foi muito rápido, e parece que eu não me preocupei tanto, eu só fui. Óbvio que, como boa exagerada que sou, tinha medo que não desse certo, eu não tinha móveis e se saísse não iria querer voltar, eu nem sabia cozinhar, nunca quis pagar aluguel, achava que era grana jogada fora, mas fui. Uma colega de trabalho, a Ana, viu minha procura e me convidou pra dividir um apê com ela e a irmã, eu mal a conhecia, mas sei lá porque aceitei, todo mundo me alertou que seria complicado, que não era simples morar com outras pessoas, etc etc, a gente não achava um lugar bom e barato, ficamos peregrinando atrás de um apartamento um bom tempo. Na busca quase desisti, pensava "não era pra ser", aí, no dia que eu desisti, encontrei o apê! E deu certo, deu tudo certo. Cheguei em casa falei: mãe, vou embora! Ela fez as perguntas necessárias e disse: vá, é melhor, vai dar tudo certo. 
Arrumei tudo que eu podia levar: uma cama de casal, uma comoda velha com espelho e umas sacolas de roupas, junto com livros, cd's e boas lembranças. Por mais estranho que fosse, lembro que no dia da mudança eu não estava com medo, estava empolgada. Domingo de manhã, entre o fim de Outubro e começo de Novembro, o cara da mudança foi em casa e colocamos tudo numa pequena saveiro, amarramos bem e ele veio na frente e eu saí em seguida com a minha moto. Até meu pai apareceu pra se despedir, eu e minha mãe choramos, mas foi breve. Meus irmaõs contaram que ela chorou muito depois que eu sai e eu chorei muito depois enquanto tentava me adaptar. O mundo era mesmo muito louco fora de casa. Não, não era um bom lugar longe das pessoas que te amam como você é, mas a gente vai sobrevivendo, aprendendo e transformando tudo. 
Limpamos e arrumamos tudo, todas as contas ficaram no meu nome, mas todos os móveis eram da Ana. Mal falava com a irmã dela no começo, a Lili. Mas depois nos tornamos meio irmãs também. Eu aprendi a cozinhar, um dia cozinhei o macarrão com almondegas mais salgado do mundo e o arroz doce mais duro e grudento da face da terra, mas fui responsável e as coisas foram acontecendo. Logo a Ana arrumou um namorado e disse que iria sair pra se casar. Saiu e entrou a Simone, uma loira, magrela e divertida. Claro que tivemos dias ruins, claro que teve momentos que as ideias não bateram, eu fui envelhecendo e ficando chata. Eram muitas responsabilidades! 
Quando eu sai da casa da minha mãe, achei que em 1 ano teria a minha casa própria, o contrato foi feito pra que saíssemos em um ano, não deu. Mas eu ainda queria muito a minha casa e tentar morar sozinha. No começo de 2013 eu estava cansada e queria meu lugar e as meninas decidiram sair pra um lugar mais barato, procurei opções pra morar sozinha e não encontrei, claro que fiquei meio desesperada, mas novamente tive ajuda e sorte e encontrei duas novas moradoras: Marina, minha Nenis, um achado da natureza e Camila, monstro, uma das filhas que ganhei no caminho. Sempre fui meio mãezona... Mudamos a casa, deixamos tudo novo, ficou lindo e tivemos um lar por 7 meses. Com isso os planos da casa própria começaram a se concretizar e logo elas decidiram ir embora. Primeiro a Nina, voltou pra Guarapuava. As duas me deram apoio em momentos difíceis e foram minha família em Ponta Grossa, dividimos sábados, fadigas de domingo, farofa, cozinha e afeto! Veio a Cris... No começo achei que não iríamos nos dar bem, mas funcionou. Uma semana depois a Camila decidiu sair e já em Novembro surgiu a Jaque, pão de batata, mais uma filha pra minha lista. Fora os agregados, Carolzinhas, namorados das amigas, amigos das amigas. E assim foi... Deu certo, deu mesmo certo e com um ano de atraso, conquistei minha casa própria! Me mudo no domingo!
O que eu vou dizer?! Eu tive muita sorte! Eu sou a pessoa que mais tem motivos pra agradecer no mundo... Quando digo que ganhei muita gente, eu ganhei mesmo, dia após dia. Aprendi tantas coisas, amadureci tanto e rejuvenesci também. Descobri que a gente só é sozinho se quiser e tem muita gente boa no mundo. Pessoas que com certeza tem problemas muito parecidos ou bem maiores que os meus. Pessoas que tem seus sonhos, dificuldades e histórias de vida pra contar. Pessoas, amigos que levarei no meu coração pra sempre. 
Não sei como estou me sentindo com relação a essa nova etapa, mas não estou com medo, talvez um drama ou outro até me adaptar. A responsabilidade será ainda maior, mas acho que eu já sei cuidar de mim e quero muito vencer mais esse desafio. Um domingo desses enquanto limpava os pingos de tinta dos vidros e do chão da casa nova percebi que eu consigo ficar muito tempo comigo e sobreviver, hahaha, acho que eu aprendi a ficar sozinha nesses dois anos. É isso, deu tudo certo e vai continuar sendo assim! 

O texto é só pra deixar registrado, mas é longo e ninguém quer saber, eu sei disso e não me importo! :D 
Obrigada a todas as pessoas que de alguma forma participaram de mais esse processo da minha vida, que viram entre meus erros e acertos os sonhos que eu tenho e me apoiaram, mesmo subindo escada acima com a mudança, arrumando o encanamento, brigando, chorando comigo, escutando música brega ao meu lado, compartilhando a vida, obrigada mesmo. Espero que eu continue encontrando gente assim na vida e que vocês todos que já estiveram comigo, continuem, mesmo que em novo endereço! 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Confissão

Ré confessa, ela pensou em gritar
Ela quis implorar pra voltar
Confessava em meio a um rio de lágrimas
Sua dor, sua raiva e egoísmo
Via seu orgulho tolo correr ralo abaixo
Ali na pia do banheiro, novamente diante do espelho
Sozinha!
Era só lá que ela falava, só ali admitia

Se torturava em vão
Buscando soluções, receitas pra esquecer, motivos
Nas poucas vezes que dormia, era assombrada por pesadelos
Com o rosto, o cheiro, o toque e o som da voz do ser amado
E enquanto acordava, se debatia em pensamentos
Os velhos travesseiros não suportavam mais sufocar todo aquele choro
Todos os gritos abafados
Sentia toda a loucura do abandono e se via paralisada novamente no quarto empoeirado

Quando sairia definitivamente dali?
Como fugiria?

Ré confessa, agora e somente agora
Pensava se deveria buscá-lo, percorrer o mundo atrás dele, que fosse
Como se pudesse encontrá-lo, como se ele quisesse ser encontrado
Mas não se tratava só dele, ela queria aquela vida de volta
As pessoas com quem tinha convivido, os momentos
Todos tinham ido embora, tudo tinha mudado
Mas antes de sair num transe absurdo o medo e o orgulho a impediam
Quem seria tolo de se arriscar assim?! O amor é mesmo ridículo!

No fim daquelas horas, se perguntava:
O que mais teria que acontecer para que caísse em si?!
Era tão simples! 
Enquanto enxugava as lágrimas lembrava das brigas
Encarava novamente toda a sua realidade
A rejeição, o fim, os opostos e diferenças...
Não podia ser amor, não podia!
Não era aquilo que ela queria...

Depois de alguns minutos de silêncio, de recuperação 
Saia do quarto, sem confissão alguma a fazer
Nem admitiria se alguém descobrisse
Na vida real, fora do quarto, nada transparecia
Ela era novamente forte e não se renderia
Iria passar, mesmo que tivesse que voltar mil vezes a chorar no banheiro
E a sufocar sua dor com os travesseiros 
Iria passar!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Coragem, vamos, coragem!

Perdi muitas batalhas na vida
E as cicatrizes espalhadas pelo corpo
Me ensinaram a ter medo
No começo eu não tinha, deveria, mas nunca sentia medo
Mesmo diante de tantas adversidades
Era só levantar e lutar, nada de medo!
Era forte, destemida, determinada... Mas fui crescendo e parando....

Talvez nossa coragem diminua com o tempo
Quanto mais velhos, menos corajosos
Talvez sejam as paixões e pessoas que nos movem
Ou nos desmotivam
As influências externas, quem sabe?!

Perdi minha coragem em muitas das batalhas que lutei
Tive medo de sair na rua novamente
Encarar meus inimigos e a realidade
Quem é que vai se arriscar de novo?!

Queria dizer que eu é que não
Mas a verdade é que a cada nova experiência 
A cada nova conquista ou superção de um desafio
Eu a sinto voltando...
Os ombros já não estão mais tão caídos
Os olhos voltaram ao brilho original, assim como o otimismo e a fé
Aos poucos, sinto os pés indo em frente
Os passos ganhando a rua
O coração batendo e tentando se abrir...

Eu vou sim, afinal, é o que sempre faço
Mais longe na próxima viagem, falar mais um idioma
Trabalhar com mais vontade, estudar algo novo
Me encarar de frente, me perdoar 
Fazer novos amigos, conservar os antigos
Dançar, arriscar, viver e tentar com coragem!
Com a coragem de sempre!!!


domingo, 19 de janeiro de 2014

Humanos

Ah não...
Não me venham com esse discurso moralista de certo ou errado
Não existe certo ou errado
O que existe é gente
Um bando de humanos
E como humanos às vezes somos bons
E às vezes somos péssimos

Somos perfeitos e rídiculos
Humanos!
Fracos, loucos, burros, mentirosos
E sempre nos julgamos uns melhores que outros
E como julgamos!
Somos capazes de apontar todas as falhas do outro
E em seguida cometê-las sem o menor pudor

Não existe gente boa ou ruim
O que existe é gente
E gente é só gente
Vive errando e acertando o tempo todo
As vezes a gente nem sabe o mal ou o bem que está fazendo
Somos só humanos mesmo, rídiculos e limitados
Sem nenhuma culpa consciente
Apenas nós, desse jeito torto, como a natureza quis
Cheios de manias, emoções e imperfeições
Únicos e completamente iguais...

Sorte na vida

O que é que podemos chamar de sorte, afinal?!
Ficar milionário da noite pro dia?
Escapar da morte?
Encontrar o amor verdadeiro?
Não!

Sorte na vida é bem mais que isso...
Tem mais a ver com um anjo da guarda esperto
Ou alguém lá em cima que vai com a sua cara
Pode ser você mesmo e suas atitudes
Com os princípios físicos da ação e reação
No qual a vida nos devolve exatamente aquilo que damos

Sorte tem a ver com quantas boas pessoas você encontrou
E quantas conseguiu manter no seu dia a dia
Sorte é o número de sorrisos e abraços que você recebe
Multiplicado pela mesma quantia do que você dá 

É algo que você percebe no instante em que para de reclamar
E vê que, na somatória final, o resultado ainda é positivo
E você continua com mais motivos pra agradecer do que pra se desesperar

Sorte é conseguir se levantar dos tombos com graça
E ver que as tragédias cotidianas não são assim tão trágicas
Ela sempre anda com a esperança, o otimismo, a fé e a gratidão
Sorte está ligada com o seu olhar no espelho e em como vê a vida
Sua sinceridade e a força do seu aperto de mão

Sorte é dádiva da vida
Respirar!
É ter mãe!
São os presentes em forma de gente que temos por perto
A cor do céu em mais uma manhã de domingo
Que não custa nada, é simples e nos faz bem



P.S: Até agora eu tive muita sorte na vida! Obrigada vida, 3ª lei de Newton, Deus, cosmos e o que mais for. Eu realmente só tenho motivos pra agradecer!!! Escrevi essa postagem em homenagem aos pais de duas amigas com quem já compartilhei um teto. Eles acham que foi sorte elas terem me encontrado, mas eu acho que a sorte foi minha! =)

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O tempo

Ele é tudo que temos e o que nos resta
O instante único entre o pensamento e o ato
Os segundos que fazem seu coração acelerar
O minuto que a lágrima leva pra percorrer o rosto
O momento em que o sorriso se abre e a dor acaba

As horas que faltam até o próximo dia, até a próxima noite
Os dias que faltam até um novo reencontro com os amigos, uma festa, o fim de semana
As semanas e os meses até a próxima viagem, uma nova experiência

O tempo
Que faz as feridas virarem apenas lembrança, passado
Que nos leva até uma outra estação, quem sabe na próxima?!
Aqueles ponteiros no relógio que cicatrizam tudo e vão levando e trazendo dias
Novos dias, novos sonhos, vida nova

Ah sim e os segundos entre o trocar de passos da mulata no samba
O momento exato de erguer e tocar o tamborim
As horas entre o nascer do sol em Copacabana e o seu se pôr no Arpoador
O tempo entre um estado e outro, entre uma cidade e outra
Do Leblon ao Leme, da Zona Sul à Lapa
A velocidade dos carros na avenida e o gingado malandro no sotaque carioca

O tempo que move tudo, faz hoje virar ontem e amanhã virar presente
Com o qual contamos e no qual apostamos sempre
"Daqui a pouco vai amanhecer de novo..."
"Daqui um tempo você vai rir de tudo isso..."
Tudo vai passar!


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Das conquistas

Um dia você vai acordar e perceber que não é tão ruim assim ser adulto
Você vai compreender melhor aqueles dias ruins que passou na infância e na juventude
Vai abraçar cada um dos seus defeitos e sorrir

Um dia você vai levantar da cama mais otimista do que nunca
Porque aprendeu a se respeitar e se compreende bem mais
Vai se orgulhar da sua trajetória e das coisas que te fizeram chegar onde está

Vai ter um momento em que seus sonhos vão se realizar
E você vai se perguntar porque fez tanto drama
"Próximo sonho, pode vir.."
Não que não tenha sido difícil, mas afinal, conseguimos

Um dia você vai se olhar no espelho
Ver que cresceu e é forte
E que conseguiu passar ileso pelas loucuras do mundo até aqui

Vai abraçar suas conquistas
Cada grão de areia, pedra e cimento delas
Agradecer e comemorar!

No fim, dá tudo certo, deu tudo certo!
Quem foi mesmo que disse que você não conseguiria?!

Aí o Detonautas cantou um dia: ♫ E tudo que eu conquistei foi com o suor do meu trabalho
Eu nunca desisti, não me curvei, não me entreguei, não me deixei levar...

E o Gessinger também disse:

♫ Nunca me deram mole, não (melhor assim)
Não sou a fim de pactuar (sai pra lá)
Se pensam que tenho as mãos vazias e frias (melhor assim)
Se que minha mãos estão presas (surpresa)...


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Dias de fuga e de liberdade

Já que temos que ser sérios e responsáveis quase todos os dias do ano, recomendo que você pegue 30 dias dos seus 365 e faça só o que tem vontade de fazer. Às vezes tudo que precisamos são desses momentos, nos quais podemos ser nós mesmos, falar com quem a gente quiser, do jeito que a gente quiser, se vestir como preferirmos, não ligar para o que os outros vão pensar, ir pra onde quiser, com quem quiser e só. Dá até pra desejar que fosse assim sempre. Já pensou, 365 dias pra ser você mesmo?! Pra ser livre! Fica uma vontade tão grande de morar em outro lugar, ir embora e começar do zero. Um  dia ter a coragem de arrebentar esses laços tão apertados que nos prende e de certa forma, impede que sejamos reais e verdadeiros. Um dia despejar todo o lixo que nos sufoca e nos arrasa na sociedade, virar as costas e ir. Contra tudo o que esperam da gente. Contra as regras. Contra todas as expectativas... Simplesmente desistir e ser feliz. Será que é isso?! Será que teríamos coragem? 
Quando seu trabalho se tornar uma obrigação, daquelas que te frustra e te desanima todos os dias, quando seu relacionamento se tornar uma guerra diária, daquelas que sufocam e matam, quando a cidade que você mora, as contas a pagar, a louça na pia, o cesto de roupas sujas transbordando, sua cara no espelho e as músicas nos fones de ouvido se repetirem, desista e fuja! 
Esse é um manifesto pela liberdade de ser! Acordar a hora que quiser, fazer só o que quiser fazer, trabalhar com o que te dá prazer, ir para onde quiser, ter mais dias de sol na praia, mais noites estreladas pra amanhecer na rua, ler e assistir o que quiser. Esse é um pedido pra que sejamos todos mais livres e por consequência, mais felizes. Tomar decisões baseados nos nossos sonhos e em nosso coração, não ter medo de largar tudo e recomeçar em outro lugar, se for preciso. A gente deveria ter mais tempo, mas dias livres, mais meses de férias...

Uma hora dessas eu vou...



domingo, 5 de janeiro de 2014

Previsões do passado

Quando essa loucura toda acabar
Você vai acordar, depois de uma noite agitada
Olhar para o lado e sentir cada segundo do vazio
E o vazio vai congelar seu coração
Se é que você tem um

E a cada nova manhã de domingo
Você vai descobrir que sua escolha não tem nenhum sentido
E mesmo que preencha as noites com muitas mulheres
No fim, vai sentir falta só de uma

Então, vai olhar pra trás, melancólico
Ouvir uma música que lembre vocês
E se perguntar, onde estará ela?!

Amar uma noite só, na mesa de bar, na balada
Sem compromisso, sem expectativa é fácil e bom
Mas quando você se olhar no espelho com 40 anos,
do jeito que sempre quis, sozinho, sem rumo
Vai entendê-la e dar razão a ela

Uma hora ou outra, quando você menos esperar
Vai cansar de ser solteiro, vai querer ser inteiro
E ainda vai pensar nela nas manhãs de domingo
E dizer pela milésima vez aos amigos que nunca amou ninguém assim

Entretanto, se enganam os que acreditam que admitir isso mudará alguma coisa
Afinal, é da sua natureza não se levantar
Você só vai pegar mais uma cerveja e se sentar novamente
Com seus medos, dramas sufocados
O velho cavaco e aquele sorriso amarelado de cigarro

E ela?!
Ninguém nunca mais soube, nem viu
Não ficou presa naquela noite em Agosto
Apenas foi em frente, como havia prometido
A boatos que refez a vida
Ao lado de alguém que levantou da mesa para buscá-la...