segunda-feira, 26 de julho de 2010

Aventure-se!


Chama-se 'Into the Wild', de 2007. No Brasil 'Na Natureza Selvagem'. Infelizmente ainda não assisti, nem li o livro em que ele é baseado - escrito pelo jornalista Jon krakauer - e, se a ignorância me permite dizer, mal sabia que Sean Penn era diretor. Que coisa! Mas vamos ao fime e á sua trilha sonora, descoberta ontem enquanto voltávamos da Cachoeira da Mariquinha sob um céu iluminado pela lua na sua forma mais bonita!

Trata-se de uma aventura verídica. A história de Christopher McCandless, um cara de 22 anos que saí em busca do algo mais da vida. Longe do materialismo, da família e da hipocrisia. Não importa se vai a pé, de canoa, de ônibus. O importante é ir. As aventuras que ele enfrenta pelo caminho o transformam num símbolo de resistância e por mais que eu ainda não tenha assistido, parece uma história apaixonante, daquelas que te faz pensar no que você faz com a sua vida.

Se quiser alguma coisa na vida, vá até lá e pegue!
Aventure-se



A trilha sonora do filme é de Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam. 1º álbum solo dele que vendeu cerca de 39 mil cópias só na primeira semana. A que eu mais gostei até agora se chama 'Rise' e diz o seguinte:

Tais são os caminhos do mundo
Você nunca sabe
Onde colocar sua fé
E como ela vai crescer

Vou me erguer
Trazer de volta buracos e memórias ocultas
Vou me erguer
Transformar enganos em ouro

Tal é a passagem do tempo
Rápida demais para conter
E de repente engolida por sinais
Abaixe-se e observe

Vou me erguer
Encontrar minha direção magneticamente
Vou me erguer
Jogar minha pressa na estrada



Bom filme, aproveite a trilha sonora!



P.S: Ouça a música clicando em Rise!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cheiro de saudade

O passado tem cheiro de café. Perceba, os melhores momentos da vida estão ligados á duas bebidas. Geralmente falamos de cerveja. Mas hoje, o cheiro é de café fresquinho.
Tarde da noite. Frio e chuva fraca na cidade princesa. As pessoas saíam de casa com luvas, gorros e cachecóis. Eu estava no 2º ano de jornalismo.
Pouco antes de descobrirmos os prazeres dos bares universitários, as noites sempre acabavam na cafeteria da rua de baixo. Íamos lá tomar café, com creme e granulado. Comprar bombom no intervalo. Comer aqueles sanduíches enormes. Chorar mágoas. Matar o tempo. Qualquer que fosse o dia, o momento ou o motivo. A cafeteria era o ponto de encontro. Todas as vezes que eu perdia o primeiro ônibus pra casa, era lá, no cheiro do café que eu encontrava proteção. Quando saíamos mais cedo, ou mesmo quando fugiamos das aulas chatas de Teoria da Comunicação. Aqueles bancos também guardam histórias do quarteto fantástico. O garoto de 87. A pequenininha. O fã do Nasi. Eu e tantos outros que por ventura estivessem no caminho e quisessem dar risada e colocar o papo em dia.
Depois de 2 anos, voltei na tal cafeteria, sem o quarteto. Sentei numa das banquetas, pedi um café com creme e granulado e mesmo com todo o barulho, não ouvia nada além dos risos daqueles amigos.
O café está presente desde sempre. Nas minhas melhores lembranças. Com meu avô, que plantava, colhia e moía. Com a minha bisavó, que o passava ás 5 da manhã e me acordava - doce, forte e quente. Quando a minha mãe foi embora e meu pai era que fazia o café. Coador de pano, aquele programa no rádio "Bom dia Campos Gerais", com o locutor de voz grave, bem cedinho. Quando fomos morar com ela na casa nova e o café era vendido no bar em dias frios. As duas garrafas térmicas na loja de materiais de construção. Café da tarde na rádio em Carambeí, antes de sair correndo pra rodoviária. Na Rádio Rock, o café no Pop's da XV com os caras que eu mais admirava. Café no xerox, onde a Carol trabalhava ou, antes de ela ir pra Blume, na casa dela. Na faculdade, o café da cantina. O refúgio da cafeteria da rua de baixo. Com um amigo aleatório. Na cafeteria do Mufatto. Os cafés dos primeiros dias na Pan, regados a piada e besteira, com a cozinha cheia de gente. Todos os cafés no sábado de manhã com meus irmãos. Os cafés do meu pai. O café docinho da minha mãe. Acho que depois de tudo isso, posso dizer que só nos tornamos amigos de uma pessoa mesmo, depois de um café...
Ou... de uma cerveja!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Janela de dias e peripécias desimportantes

Não te parece que as revistas sempre trazem as mesmas capas com as mesmas notícias do ano passado?! Principalmente as feminas, ou masculinas. São sempre as mesmas informações. Os mesmos treinos de fitness, a mesma dieta e a importância do otimismo. É engraçado! São sempre as mesmas bundas na play boy e na sexy. A Veja é sempre de direita, a Contigo e a Caras são sempre tão snobes. As revistas de novela tem sempre as mesmas tramas. As bancas estão cheias de receitas e previsões. Até os jornais parecem velhos. Mas um deles melhorou bastante. Fica dica para o concorrente: Por favor, quando for dar notícias de esportes ou de cultura coloque um quadrinho escrito "serviços", dizendo hora e local do evento, preço do ingresso e qualquer outra informação útil. Leitores agradecem de coração!

De qualquer forma, não te parece que a vida não muda?! Ou muda muito pouco. Tivemos a Copa do Mundo, agora as eleições e o ano vai acabar. As campanhas políticas serão as mesmas. Os mesmos caras babacas vão se eleger e o Brasil continuará sendo o Brasil ,com uma outra vitória nos esportes e muitos, mas muitos escândalos.

Que discurso sem esperança, haha. Sei lá, parece que estou esperando por uma grande coisa a tanto tempo, que ás vezes acho que é só isso aí mesmo. O espaço entre sair da faculdade, conhecer o mundo todo e ser alguém na vida é gigantesco. Pra viajar o mundo todo precisa de grana. Pra ter grana precisa-se trabalhar muito. Se você trabalhar muito, não tem tempo pra viajar. Aí fica nessa, trabalhando, estudando e tentanto ser alguém na vida. Só que não é rápido e paciência, nunca foi o meu forte!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Outra cena



Quando fecho os olhos
O pensamento viaja em sua direção
Todas as cenas, vividas ou não, vão se tornando reais
Como fotografias reveladas
Como nostalgia

Um novo filme se forma
Quando foi que tudo isso começou?
As teclas do computador só sabem dizer um nome
E nunca foi tão simples
E nunca foi tão bom

A saudade aperta
Onde é que isso tudo vai dar?
Então, estou na cozinha
Você surpreende e vem me abraçar
Dá pra imaginar, sentir e esperar

Perco a concentração
Só sei sonhar e escrever
Altera a respiração
De novo
Pensando em você

Guerra no céu

Um dia o céu amanheceu vermelho
Assassinato na madrugada celeste!
As nuvens se dissiparam com a ventania
O Sol foi surgindo, limpando o sangue
De vermelho ficou rosa e depois laranjado
Tudo parecia calmo, o céu estava de novo bonito

Porém, a vingança era certa
De repente, o que era azul claro ficou cinza
E o cinza virou chumbo
E com o chumbo recomeçou o tiroteio
O céu estava em guerra!

O vento traidor varrera as ruas
E as nuvens agora choravam...
Lágrimas de chuva lavavam a cidade

O barulho foi tanto que o trovão acordou o raio
Agora o cinza chumbo era cortado por luzes e vozes
A briga durou horas, atormentando os corações encolhidos no barraco

Mas a fé também foi tanta que a enchente não veio
O barranco não desceu
E a casa não caiu

Quando o Sol apaziguador falou
As nuvens pararam de chorar
Os trovões se calaram
Os raios voltaram a dormir
E o chumbo voltou a ser cinza
Depois azul claro
A guerra acabou

Dos encontros

Rodrigo Amarante disse:

Eu encontrei quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
Antes um mês e eu já não sei

E até quem me vê lendo o jornal
Na fila do pão, sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena

Ah vai!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
Afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor

E só de te ver eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar

Ah vai, me diz o que é o sossego
Que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
Eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

sábado, 10 de julho de 2010

Pintura abstrata

Ela criava cenários. Cenas noturnas carregadas de paixão. Roteiros. Destinos rabiscados na tela do computador. Desejos. Antes, era só durante a noite. Agora podia acontecer a qualquer momento. A imaginação era tão forte, que por vezes podíamos tocar. Dava pra sentir saudades do que ainda não tinha vivido.

Perdia-se de si e lia outro horóscopo. Fazia testes de compatibilidade. Rezava e pedia. Ouvia sempre as mesmas músicas e todas falavam as mesmas coisas. Todas eram pra ele. Em todos os lugares enxergava apenas uma pessoa e já não sentia medo disso. Não queria mais fugir.

Dê o nome que preferir: Loucura, estupidez, sorte ou amor. Aposte no tempo que quiser: Segundos, mais um dia, meses ou um ano. Não importa mais. Era sonho e era dela!
"Nada faz a menor diferença quando a gente pensa no que ainda pode ser..."
[Engenheiros do Hawaii]

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Aos amigos

É meus queridos, mais um ano!
Poderia dizer que estou ficando velha, falar mais uma vez das minhas crises existeciais, dividir meus planos e sonhos com vocês, contar o quanto tenho sido feliz mesmo diante dos dias estressantes, fazer um comparativo com os anos anteriores e perceber mais uma vez o quantoooo eu tenho para agradecer ou qualquer coisa do tipo. Mas não seria suficiente... Nunca é!
O dia só começou e eu já chorei, já sorri, já cantei, já tive boas surpresas, já me acabei em docinhos e já tive a alegria de sentir mais uma vez o quanto meus amigos se importam com a minha felicidade, e o melhor é que eu sei que não é só por hoje, que não é só hoje.
Eu nem sei se eu mereço... Mas eu tenho muita sorte! Sorte de tê-los em minha vida e esse é melhor presente, sempre! Como disse a Carol na carta de hoje: "Quem diria que depois de tantos micos, confusões, chopes no shopping, terapias coletivas, a gente ia chegar aqui. Sim. Aqui. Neste ponto em que grandes coisas estão acontecendo. Onde temos tão pouco pra reclamar. São nossos sonhos se realizando!"
E como ela também disse no ano passado: "Saiba que com amigos por perto, tudo dá certo, se alcança qualquer objetivo, se ultrapassa qualquer obstáculo. Somos seus presentes sempre presentes. Você já nos conquistou e agora nos suportará por toda vida, rs. Saiba, sempre, nunca duvide. Alguns laços não se partem, alguns amores são eternos, amizade é pra sempre.
Eu amo vocês mesmo e só eu posso dizer que TENHO OS MELHORES AMIGOS DO MUNDO!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Teoria da Relatividade

Pode ser que sim
Mas também pode ser que não
Quem é que vai saber?
Deixa assim, ser o que é
Sem preocupação
Sem medo
Só você, o pôr do sol e o violão
Deixa a vida ser leve
Simples
Se fosse tão certo, que graça teria viver?
Deixa correr livre
O mundo é muito relativo
Pra tanta previsão


"O espaço está constantemente sendo distorcido e curvado pela matéria e pela energia que se movem nele, e o tempo flui a taxas diferentes para diferentes observadores " [Patrick L. Barry Dr. Tony Phillips - 31/03/2005]
P.S: Einstein, ainda não sei muito da Teoria da Relatividade, mas já que tudo é relativo, vamos aproveitar da melhor forma, vivendo o que há!
Só vivendo...

sábado, 3 de julho de 2010

Aprendendo a voar

Desde pequena ela queria voar
Imitava os aviões e os passáros no céu
Tinha uma capa como a do Super-man
Coroa dourada e pulseiras de prata como a Mulher Maravilha
Subia o mais alto possível com o balanço
Pulou do telhado com um guarda-chuvas
Correu, longe e muito rápido

Construiu no quintal uma série de aviões de madeira
Fugiu de casa
Morava no galho da árvore mais alta da vizinhança
Soltou o cabelo e roubou o vento
Aprendeu a andar de bicicleta
Sem as mãos, com os braços abertos
Olhos fechados por segundos
Abria todas as janelas do carro
Viajava de moto e segurava o vento entre os dedos
Ela ainda queria voar

Se jogou nos braços do primeiro amor
Parecia alto, quebrou a cara
Apaixonou-se pelo trabalho
Se jogou do 1º andar e amassou o nariz
As quedas e fraturas lhe ensinaram a ficar com os pés no chão
Aos pouso esqueceu, achou que não podia mais voar
Nem tentava mais
Amarraram suas asas na rotina
Atirava pedras em todos os passáros
Trancou as janelas
Passou a ter medo de altura e do barulho dos aviões

Um dia a casa saiu voando
Tudo foi pelos ares
Livros, fotos e a TV
O coração disparou
Ela lembrou do quanto queria voar
Jogou tudo pro alto, arriscou pra valer
Fez queda livre, paraquedismo, asa delta, bung-jump
Embarcou num balão
Pilotou helicópteros
Foi comandante de grandes aeronaves
Conheceu a Nasa, virou astronauta
Explorou o espaço
E lá, no mundo da lua, flutuou
Aprendeu a voar...

E os meus passos, nunca mais serão iguais...

Julho

Sempre gostei desse mês. Além de ser o mês do meu aniversário, e de alguns grandes amigos, também é o mês que o ano de certa forma recomeça. Quem é que não gosta de poder recomeçar?! Fazer uma lista nova, agora com o prazo de seis meses. Riscar as coisas que já fez. Correr atrás do tempo perdido. Voltar pra academia e para o regime. Desistir das crises, engavetar descepções. Limpar a casa, o coração, trocar os azulejos quebrados e dar uma cara nova pra tudo. Como quando você descobre uma nova música, um novo tom no céu, uma nova melodia...

A sensaçaõ de mudança, pra mim, é mais forte agora do que no começo do ano. A Cássia Eller disse na música o Recreio "Então quero mudar de lugar..." Sabe, uma ânsia por querer novidade, descobertas, novos rumos, novos mundos! Não é que não esteja bom. Muito pelo contrário. É só a falta de aventura e o comodismo que afeta um pouco. É aquilo que eu sempre falei sobre estabilidade. Todo mundo a deseja e quando encontra, não tem a menor graça. Claro que nem por isso se saí trocando o certo pelo duvidoso. Mas a sensação de querer mais, está ali. Não aditanta!

Eu não sei ainda a receita e nem a melhor forma de mudar sem trocar o certo pelo duvidoso, afinal arriscar também é necessário e, já que não é sempre que a coragem aparece, vamos lá, agora, nesse novo começo de ano. Recomeço!

Que os próximos seis meses corram no tempo exato. Exatamente os dias que precisamos pra realizar todos os planos. Que sejam horas de novas aventuras. Que tragam novidades, novas pessoas, novas músicas! Que passe rápido para quem espera e devagar pra quem vai viajar. Que permita noites de sono e dias inteiros de diversão. Que o fim de semana tenha 5 dias, pra quem trabalha poder descansar e fugir da rotina. Que os dias tenham 28 horas, pra quem estuda e trabalha dar conta de tudo e poder dormir. Que os namorados tenham mais minutos ao telefone e os amigos mais madrugadas juntos.

E que nenhum segundo sequer seja desperdiçado!

São tantos sonhos, que não cabem numa vida...