domingo, 27 de fevereiro de 2011

Do tempo, do caminho e das outras coisas

Agora passa num instante e não exige nenhum esforço. Pra sempre, é sempre tão distante... E geralmente, não se pode voltar atrás - o que também seria uma covardia!

Então você está no meio do caminho se equilibrando entre as pedras, os buracos e as apostas: "E aí, direita ou esquerda?!" Ah quantos passos em falso. Quantas rotas malucas e falta de certeza!

Não dá pra ver onde o caminho leva e acho que ninguém sabe de verdade aonde quer chegar. Mas, é justo caminhar em vão?!

Se eu soubesse realmente o que estou dizendo, diria: Não existem certezas, nem garantias. Desconfie do pra sempre, mas nunca deixe de fazer planos ou sonhar. Faça com e não para. Não é justo dizer coisas que não pode cumprir, de toda forma nem tudo que ouvimos pode ser levado à sério. Também não dá pra desconfiar até do vento, isso é chato! Apenas sonhe com um olho aberto, rs. Prepare-se para toda e qualquer situação, não somos donos de ninguém e nem podemos controlar a vida! As pessoas são o que são, tentar mudá-las é feio e egoísta! Pra variar, viva um pouco, arrisque mesmo, dane-se o medo. Se der tudo errado ou demorar demais, chame de acidente de percurso e recomece!

Agora passa num instante e não exige nenhum esforço...
Para tudo mais, só podemos esperar que seja eterno enquanto dure!




sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Lugar comum

Em todas as cenas desenhadas pela minha mente, me escondo sempre nesses lugares comuns favoritos:

Fim de tarde de verão
Depois da chuva torrencial
Um céu azul escuro com tons alaranjados
De um lado a lua cheia, surgindo atrás das nuvens
Do outro, o sol indo embora
As cores misturadas fazem o cair da noite quase rosa...

O asfalto molhado
Um silêncio nostálgico
Parece que vivemos com saudade
O relógio na torre da igreja de tijolos cor de telha
O sapato estilo holândes na frente do hotel
As árvores e flores amarelas que enfeitam o caminho
A escola de inglês, agora tão moderna
O cemitério bonito na esquina
Os moinhos de vento na chegada
A imensidão de um espaço limpo
Sem as grandes construções ou os prédios das cidades maiores

A menina com seus fones de ouvido
Segue numa melodia doce, quase saltitante
O guarda-chuva verde nas mãos
Um sorriso luminoso, o olhar saudoso e agredecido
Como se pudesse abraçar a vida
Ela pula nas poças d'água e diz baixinho:

"Põe um pouco de romance na vida...
Se quiser, empresto meus olhos pra você ver!"



As cenas descritas fazem parte de uma simples volta pra casa, em Carambeí - PR

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Chuva de verão



Dias nublados carregam uma beleza incompreensível aos olhos cotidianos
Vêm sempre acompanhados de uma melodia característica,
Uma música que os completa
Saí dos fones de ouvido, das caixinhas de som no computador ou das ondas do rádio...
Fazem as tardes ficarem melancolicas, mas estranhamente bonitas.
As janelas brilham
O cheiro de terra molhada enche o ar
A fumaça sobe do asfalto
O calor se dissolve
As ruas se esvaziam
Como um instante de paz em meio ao caos
As gostas caem densamente
Ela vem pra lavar o dia,
A água que bate no rosto não é fria, torna-se divertida
Cai maravilhosa e rapidamente se vai
Tudo volta ao normal...