terça-feira, 27 de agosto de 2013

A coragem dos covardes

É preciso muita coragem pra ser covarde
Pra ser honesto e sincero
Eu jamais teria a coragem deles
Mil vezes morrer tentando, do que desistir da luta
Invejo a sensatez e ousadia daqueles que se retiram
Sem ironia

Você precisa ter coragem pra assumir seus erros, mudar ou se doar ao outro
Mas precisa de ainda mais coragem pra dizer: não! Prefiro assim desse jeito...
Você precisa ter força pra encarar a vida e suas dificuldades diárias
Mas é preciso ainda mais força pra não seguir as regras e não se importar em ser do contra

Tem gente que julga e acha feio
Gente que diz que os covardes são fracassados
E que os corajosos triunfarão sobre a terra, até eu já pensei assim
Mas não é verdade, os covardes são muito mais corajosos

Pelo menos eles não mentem
Trabalham só com a verdade e sabem o quanto isso pode doer
Eles não são cruéis, apesar da impiedade com que nos cortam
Estão nos fazendo um bem, nos livrando das ilusões e esperanças
Indo embora quando percebem que não vai dar certo

Os covardes não sonham, eles são realistas
e conseguem viver assim, com tranquilidade
Em mim, causa medo essa "frieza"
E inveja, porque os covardes são claros, objetivos e sinceros
Sem risinhos amarelos, sem ser legal com o mundo
São reais e se você quiser é assim, se não quiser não faz mal

Os covardes são melhores
Porque se aceitam assim e não pretendem agradar ninguém
Os covardes são melhores, eles abandonam as lutas perdidas
Reconhecem que perderam e vão pra casa, em paz

Os covardes são bons, eles nos salvam das mentiras
Nos esbofeteiam com a realidade, nos jogam no chão
E por fim, nos fazem crescer, ser melhores...

Eu prefiro a verdade, mesmo que doa...
Os covardes são mais corajosos!

Tudo bem!

É, a gente já sabe como é... Não é nenhuma novidade, apesar de cada vez ser única e diferente. Apesar de que cada vez as pessoas são diferentes, estão diferentes. Tudo bem! O importante é voltar o olhar pra dentro, procurar aquele caco de vidro, espinho ou fragmento que ficou preso no coração e não deixa a ferida cicatrizar e arrancá-lo. É quase como uma pequena cirurgia, ou quando a gente vai tirar os pontos, mexeu, sangra. É assim, precisa ser assim.

Depois que a gente encontra algum ombro disposto a recolher nossas lágrimas e aquele colo caridoso, onde despejamos toda a nossa mágoa, fica mais fácil e aí tudo bem! É difícil ser colo, ombro e porto, mas existem pessoas, justamente aquelas que a gente não espera, que são e não cobram nada por isso. Às vezes a gente encontra colo num livro, filme ou paisagem. Naquela música tranquila nos fones do ouvido, durante a caminhada de mais de 5 KM. E às vezes os ombros, portos e colos que nos dão, também nos trazem energia e oportunidade pra "perdoar", compreender, esquecer e com certeza, levantar, recomeçar e seguir em frente. Assim, com toda essa redundância mesmo.

No fim e no fundo, é claro que a gente sabe que vai ficar tudo bem. No futuro, isso vai ser mais um fragmento da nossa história, vamos olhar pra trás com saudades e sorrir. Tudo bem...

Queria agradecer àqueles que tem sido meus ombros, colo e porto seguro nesses dias nebulosos, é mais fácil quando tem alguém do lado, é sempre mais fácil quando a gente esquece a mágoa sem motivo, quando paramos de chorar como crianças mimadas e olhamos de outro ângulo, como adultos que somos. É mais fácil quando a gente entende que não foi por mal, só foi... E é mais fácil depois que a gente percebe que não estamos sozinhos, como pensávamos. Tudo bem!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Da realização dos sonhos

Sabe aquela parte do filme em que o protagonista finalmente parou de levar rasteiras da vida e atingiu um objetivo? Aquele momento em que ele finalmente chegou onde queria, venceu a luta, conquistou a mocinha? Nesse momento todo mundo do filme sai na rua cantando e dançando super bem do nada e mesmo que seja só o começo, mesmo que não seja muita coisa, mesmo que não seja nada ainda o protagonista vai andando com a cabeça erguida e aquele sorriso no rosto, numa felicidade de dar inveja mesmo, aí ele descobre que também sabe dançar e cantar super bem.

Então, pode preparar às músicas felizes para hoje às 17 horas!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Convicções

Primeiro fui convencida a entrar
Eu não queria, mas entrei com as minhas próprias pernas e expectativas
Acabei ficando, mais tempo do que imaginava
Fiquei, quis e esperei a realização plena de todas as promessas
Na primeira decepção, me convenci de que era hora de ir embora
Mas novamente fui convencida a ficar
A esperar mais um pouco, onde iria com tanta pressa afinal
Novamente fiquei, por minha conta
No fundo a convicção de que deveria ir embora era maior, mas fiquei
Me deixei enganar tantas vezes mais, quantas foram necessárias
Fui ficando, me convenci de que resolveria tudo

Depois de ser convencida a ficar tantas vezes
passei a acreditar que era o melhor a ser feito
Agora eu não queria mais ir embora
Estava convencida de que tudo iria mudar
Tinha uma crença absurda e uma positividade desmedida
Em querer, em amar, em torcer para que funcionasse
Eu quis, eu fiz todo o possível, eu quis muito

Mas então me convenceram a desistir
Ninguém me obrigou, novamente
Voltamos ao princípio e eu me convenci que estava certa desde o começo
Como pude ser tão cega?!
Tentei em vão convencê-lo de que ainda poderíamos arrumar tudo
Mas ele também se convenceu de que não tinha mais nada a ser feito
Nada a ser dito e apenas garantiu em uma frase o fim: "Eu não consigo..."
Não quis acreditar, briguei, chorei de soluçar e de sentir dores
Pedi que ficasse, disse que aceitaria o que fosse...
Mas fui convencida de que assim era melhor
E por fim acreditei e desacreditei em tudo.

Por minha conta, pelas minhas próprias convicções
Estou convencida de que a culpa não foi minha e que você apenas não quis ficar
Estou convencida de que você não vai voltar e se voltar eu não estarei esperando
Só porque não quero estar!
Estou convencida a parar de esperar ações alheias para tomar minhas próprias atitudes
Me convenci que não fui eu mesma nesse processo todo
E que agora eu só quero ser eu!
Estou convencida de que assim, sozinha, depois de cicatrizar todas as feridas
Você não terá mais acesso ao meu coração e não poderá me convencer de mais nada
E então esterei livre pra ser somente eu e decidir com mais maturidade e atenção
as escolhas que virão!
Serei puramente eu, convicta de que assim realmente é muito melhor!

 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Antes de você

Eu espero que esteja bem, mas às vezes ainda não te desejo nada de bom. Noite passada sonhei que tinha te batido até você ficar com o nariz sangrando e caído no chão, então por isso ainda não podemos nos falar nem ser amigos... Não que isso importe também.

Tô tentando lembrar como eu era antes de te conhecer, antes de você entrar na minha vida. Não é que a culpa seja sua, fiz isso porque quis, mas eu mudei muito pra tentar me moldar a você. Mergulhei tão fundo, me dediquei tanto a nós que esqueci quem eu era, quem eu sou. Não tenho mais amigos, me afastei de todos eles e preciso recomeçar completamente sozinha - isso pra quem não gosta de solidão é bem complicado. Lembro vagamente que eu era uma menina, apaixonada, com um sorriso gigante, com tantos pensamentos positivos e sonhos quanto se pode ter, só faltava abraçar o mundo, fora a cintura - que nunca mais será a mesma.

Não é arrependimento é só raiva por ter sido tudo em vão. Talvez esse tenha sido meu maior erro: deixar de ser eu!

E vejam só onde estou desabafando, é me desculpem, mas não tenho ninguém pra falar sobre essas coisas e ninguém nunca vem aqui mesmo... Enfim, tô tentando não sentir raiva de você e nem achar que você mentiu pra mim e pra você mesmo esse tempo todo, mas tem horas que é inevitável. Não me odeie por escrever tudo isso, eu ainda não quero falar com você ou te ver, às vezes eu só quero que você sofra muitooooo, mas muito, mil vezes mais do que eu agora.


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Oscilações

Não quero mais sentir isso
Não quero mais dias nublados e frios
Eu preferia não sentir nada
Rezo toda noite pra que termine de uma vez, pra que passe
Seria melhor se fosse um curativo sob uma grande ferida
Você precisa arrancá-lo e sabe que vai doer, mas dói só uma vez e passa

Com o coração não é assim...
Parece que nunca mais vai passar, que nunca mais vai parar de doer
Você vive entre picos de tranquilidade, lá em cima
E depressão profunda lá, lá em baixo
Como um elevador com defeito que não sabe pra onde vai
Como um coração com defeito mesmo
Naquelas máquinas de hospitais, oscilando entre estável e defeituoso
Eu não quero mais sentir isso!
Preferia não sentir nada...

Queria apagar tudo, como uma casa em chamas
Que em pouco tempo vira cinzas
Quero que passe logo e que o sol chegue de uma vez
Que a primavera venha e amanheça colorida
Quero a minha vida de volta
O meu coração simples, sorridente e barulhento
Meu controle emocional e minha instabilidade constante
Ter a certeza de que acabou e de que passou

Quero isso, rápido!
Como quando tomamos tequila, queima rapidamente e passa!
Não quero esperar pra ser feliz
Não quero esperar sair dessa
Não quero esperar as cenas do próximo capítulo
Quero sarar, hoje!
Não sentir mais isso ou só não sentir nada...


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Porque os poetas mentem?

Não só os poetas, os compositores, os cineastas, os escritores... porque mentem tanto? Cazuza falou tanto de amor em suas composições, que acho que eu estou com raiva dele agora. Elvis com uma nota de Always On My Mind preenche uma vida. Drummond é o pior deles todos:

"Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?"


Aqueles contos de fada todos, que por mais que você cresça nunca saem de você. Cinderela, Branca de Neve, Rapunzel e até Fiona. Disney, qual é o seu problema?! Crescemos acreditando que existe um príncipe encantado e que se você se esforçar, será recompensado com um final feliz. As revistas disseram durante toda a minha adolescência o que deveria ser feito pra "conquistar o gato". Todo mundo sempre teve um conselho para a sua vida amorosa e sempre deu tudo errado. A verdade é: os poetas mentem!

A questão é: porque? Porque eles mentem? Não acho que façam de propósito, talvez escrevam o que sintam e sentimento não é concreto, não pode ter sentido e explicação. Mas porque, até depois de adulto, a gente acredita?

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Dos direitos e liberdades de cada um

Entre todas as coisas ruins que existem no mundo acho que uma das piores deve ser não poder ser quem você é. Ser obrigado a ser o que não quer. Ficar onde não se quer estar. Fazer coisas que não são da sua vontade. Tive sorte de nascer na minha família e ter a mãe que eu tenho e assim ter tido a liberdade de fazer minhas próprias escolhas. Foi dessa forma que aprendi que não podemos impor nossa vontade aos demais, nem julgar os outros por serem diferentes e exatamente por isso, aprendi que não somos donos de ninguém e não podemos condená-los a infelicidade de viver uma vida que não querem, nem obrigá-los a ficarem onde não querem estar. Foi por isso tudo que eu aprendi que cada um é livre pra ser o que quiser e mudar de ideia quantas vezes forem necessário. Então, eu compreendo e fico contente em dizer que se você não é feliz onde está, com quem está ou com o que está fazendo, você tem todo direito de mudar, de voltar atrás e de ser só o que quiser ser. Fico feliz em dizer: fique a vontade, você pode fazer o que você quiser, ir para onde quiser, fazer só e exatamente aquilo que quiser. Ninguém é obrigado a crescer, nem tão pouco a amar, a ter compromissos e responsabilidades. É a escolha de cada um! E ninguém é obrigado a querer as mesmas coisas que você.

Mudar é sempre complicado e dolorido, mas se pesa mais que o necessário, se fica muito difícil de seguir em frente, então talvez você não precise mudar e comece a perceber que não quer! Se for isso, garanto, você tem todo direito de não querer mudar, a escolha é sua e de mais ninguém. A escolha é tão sua que as consequências dela também são suas. Então se você não quer mudar, crescer ou ter compromissos na vida, tudo bem você tem esse direito e ninguém vai te julgar por isso, mas não seja mimado e aprenda que pra se ter alguma coisa na vida, é preciso perder alguma outra. Aceite os fatos e as consequências dos seus atos, sua falta de atos ou suas escolhas e tente compreender os direitos dos outros também.

O que é verdade pra mim, pode não ser pra você e vice-versa! Nós somos consequência das escolhas do mundo. Um dia seus pais escolheram um ao outro, escolheram se casar, escolheram fazer sexo e você foi a consequência dessas escolhas. Então, até uma certa idade seu poder de escolha é meio nulo, porque você ainda é uma consequência. Mas a gente já começa a escolher sorvete ao invés de fruta, um brinquedo novo ao invés de roupas. Uma tarde livre ao invés da aula. Até que um dia você começa a tomar as suas próprias decisões pra valer e fazer suas próprias escolhas. Você vai carregar muitas influências com você, é claro, mas a escolha final é sempre sua!

Seus pais te disseram pra não usar drogas, mas a escolha é sua. Sua mãe disse que você precisava arrumar um emprego e ser um advogado, mas a escolha é sua. Seu chefe disse pra você votar no PT, mas a escolha é sua. Sua mãe disse pra você não transar com o primeiro idiota que aparecer, a escolha ainda é sua... e por aí vai!

Boa sorte nas suas escolhas, cuide bem delas, são suas!

Minhas escolhas não são melhores que as de ninguém, mas eu não quero sentar no trono de um apartamento, com a boca escancarada cheia de dentes e esperar a morte chegar, desculpem, eu quero mais, sempre!

De qualquer forma, faz o que tu queres ah de ser tudo da lei... ;)  


domingo, 11 de agosto de 2013

De como seguir em frente (Nº "Já perdi a conta" ou "Outra Vez")

É claro que eu gostaria que fosse simples: terminar um relacionamento e seguir em frente, como se nada tivesse acontecido. Seria ótimo, não?! Sem mágoas, sem brigas, sem raiva. Não precisar se afastar dos lugares que vocês iam, nem deixar as pessoas que você conheceu pra lá, nem esquecer das músicas, apelidos, cheiros, toques, não precisar apagar as fotos, não sentir falta, não sentir nada, como se nada tivesse existido. Seria bom se fosse simples, como apertar um botão de uma máquina, "delete!". Seria bem simples se a gente pudesse só terminar, sem sofrer pelo buraco que a pessoa deixa na vida da gente, sem precisar esquecer, sem precisar realmente deixar a pessoa ir. Mas na real não é assim...
Ahhh, eu queria muito ligar e contar todas as novidades, chorar minhas mágoas, desabafar sobre toda a minha falta de sorte no amor, discutir os motivos que faz uma pessoa te amar tanto e não conseguir ficar com você. Queria mostrar o caderno em que escrevo todas as noites antes de dormir, que falam dia após dia como tem sido minha vida sem você. Queria falar tudo que tem acontecido, como tenho vivido, confessar meus pensamentos, meus sonhos, as coisas que me distraem e me deixam empolgada enquanto meu coração tenta neutralizar a dor e se recuperar de mais uma rachadura, a maior, mais profunda e insistente até hoje. Mas, não é assim que funciona.
Se você vai continuar com a pessoa inteira na sua vida, com tudo de bom que ela tinha, não tem porque terminar, né?! Se você vai falar com ela todos os dias, numa boa, se você poderá contar com ela, trocar figurinhas, não faz sentido acabar, certo?! Queria que fosse simples, mas não é! Não é fácil esquecer alguém que se quis tanto. Não é simples desconstruir os sonhos, se conformar, se convencer de que vai ser melhor assim. "Mas não precisa nada disso", alguém vai dizer... Experimenta seguir em frente sozinho, com o coração cheio de mágoa, saudade e lembranças. A gente afunda, morre sufocado, não sai do lugar! Chega um momento que você já não aguenta mais explicar porque acabou e contar a mesma história pela nonagésima vez. Dizer para as pessoas "Não se preocupe, eu vou ficar bem, vai ser melhor assim..." Convencer seus pais, irmãos e amigos de que ninguém teve culpa e ainda tentar poupá-los de mais um fim. Tentar se convencer de que fez todo o possível e de que a culpa realmente não foi sua. Parar de procurar as falhas, os motivos bobos pra tanta mágoa. É muito difícil!  
Óbvio que sara, óbvio que a gente sobrevive, sim, isso passa. Mas demora e dói todo dia até passar. Não é drama. Acho que do quinto dia em diante a gente para de chorar. Depois que passa a raiva é melhor. Vai acalmando tudo. Mas precisa de silêncio, de espaço e de distância. Não, ainda não dá pra ver, pra ouvir e falar de novo. Vai mais um tempo. Às vezes parece que a gente nunca mais vai querer ver a pessoa outra vez, nunca mais vai conseguir conversar. Mas no fundo a gente sabe que uma hora ou outra cicatriza. 
A gente não pode se apoiar um no outro pra sair dessa. Estamos sozinhos e infelizmente, é desse jeito. Não dá pra seguir em frente magoado, triste ou com raiva. A gente precisa curar o coração primeiro, se fortalecer, limpar a casa, tirar todos os destroços do quarto, se reconstruir e então começar de novo, do zero. 

Vai ficar tudo bem é só deixar o tempo e o silêncio agirem...

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Adultices (Parte 2)

Em 2010 eu escrevi um texto sobre uma ida ao mercado, na qual eu comprava meu próprio sabão em pó, foi muito legal, pode relembrar aqui: http://migre.me/fHyH4


Nessa mesma linha, sai da independência do sabão em pó. Hoje devo ter pelo menos uns 10 produtos independentes. Divido um apê com duas meninas, então a TV não é tão independente, nem o chuveiro ou a máquina de lavar. Mas estamos muito perto disso.

Num desses outros dias empolgantes, fui à uma loja de materiais de construção:
Então, um dia você cresce. Um dia você cresce, arruma suas coisas e decide morar em outra cidade. Aluga um apartamento, instala luz e água no seu nome, paga condomínio e faz compras no mercado todo mês. Ninguém mais vai lavar a louça, tirar o lixo ou cozinhar pra você. Não, ninguém mais vai te chamar pra levantar, definitivamente! E quando o cano estourar, ninguém vai arrumar pra você. Quando o chuveiro queimar, quando a chave quebrar e quando chover muito forte, você precisa se cuidar sozinha. E você consegue, vejam só, não é tão difícil. 

Mas aí, depois de tudo isso, você já tem um bom FGTS, uma grana na poupança, nenhuma outra divida, a moto tá paga, o nome tá limpo, pronto, acho que tá na hora de comprar uma casa. Você começa a procurar, se estressa, visita uns 20 imóveis, não acha, acha que nunca vai encontrar e um belo dia você encontra, sua mãe vê e gosta, mas quem decide é você. E você decidiu, assinou um papel e pronto. Sente-se inteligente, madura e responsável, mais independente ainda. Para em frente a todas as lojas de móveis que vê e fica sonhando. E aí chega o dia em que você vai até a loja de materiais de construção escolher o seu piso, para a sua casa! 

Você entra, arrumadinha pra passar aquele ar de que sabe o que está fazendo, cumprimenta o vendedor com a mão firme e o enche de perguntas coerentes. Ele te mostra um, te mostra outro, você finge que sabe tudo que ele tá falando e sorri, mas não sabe o que fazer. Liga pra mãe disfarçadamente, liga pra irmã, mas ninguém pode ajudar, é uma escolha sua, assim como todas as outras. No fim das contas você sabe o que é pastilha de vidro, argamassa, rejunte e porque vai precisar de uma peça de granito na saída do banheiro. Sabe e decidiu sozinha. O banheiro vai ficar lindo! Fecha o negócio, paga em três vezes no cartão de crédito e sai cantarolando da loja, sentindo muito orgulho de si mesma e pensando: "quando foi que eu cresci tanto?!" 

Adultecer continua sendo complicado em muitos outros aspectos, às vezes tenho medo de me arrepender de uma coisa ou outra. Acho que eu não queria errar, sabe?! Nem na cor do piso, nem em nada na vida. Mas todos nós estamos sujeitos a isso. Se estiver errado, depois a gente arranca tudo e troca, muda, arruma! Ando feliz com esses passos tão adultos e seguros. Em breve eles serão mais largos, com direito a minha própria vista na janela! 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Será que um dia a gente aprende?

Nisso de se jogar de cabeça em todo buraco que aparece, a gente vive quebrando a cara. Não adianta, tem gente que te ama pelo que você é, com todos os seus defeitos e fica do seu lado independente das circunstâncias e tem gente que não. Óbvio que ninguém tem culpa de não conseguir, de não querer e ninguém é obrigado a viver uma vida infeliz, mas né?! A gente podia pelo menos perceber que não queria sei lá, no primeiro mês! 

Voltamos aos ditados populares: errar é humano, repetir o mesmo erro é caso de internação. Sei lá, será que um dia a gente aprende? Será que um dia a gente acerta? Será que um dia a gente para de ser coração mole e dar chance pra tanta mágoa acontecer? Tomara que sim, já está mais do que na hora de saber isso só de olhar! Está tudo bem mais claro agora. Quando a gente quer, quer, quando não quer, não quer! Mas chega desse papo, como sempre, vamos em frente e por favor, por favor, mais atenção na próxima!


♫ Eu sempre quis fazer você feliz
Às vezes me deixava pra outra hora 
Eu sempre quis falar o que eu sentia 
Mas dessa vez foi o silêncio que falou por mim
Eu sempre me esforcei pra te incentivar
Tua falta de caminho me detinha a intenção
Eu sempre te deixei bem à vontade
Mas tua falta de vontade me desmotivou
Eu sempre acreditei muito em nós dois
Primeiro em você, depois em mim... Éramos nós
Eu sempre quis fazer a minha parte
Mas você não faz mais parte da metade de nós dois
...
E quanto vale o tempo todo que vivemos
Correndo atrás dos sonhos pra viver só de amor?
E quanto a gente paga pelos sonhos que deixou?

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Dos esclarecimentos

Fiquei pensando esses dias: porque a gente é do jeito que é?! Quais foram os acontecimentos e as experiências que te fizeram desse seu jeito aí? Podem ter sido tantas coisas, pode nem ter explicação, né?! Não sei muito sobre mim, tenho tentando saber esses anos todos. Às vezes parece que não sou tão complicada assim, só uma pessoa comum, com problemas comuns. Em outros momentos sou a criatura mais confusa e perdida e desconfio que minha psicóloga também acha isso. O fato é que mesmo não sabendo muito, mesmo que às vezes eu seja inconstante e sofra com oscilações súbitas de humor, eu sei algumas coisas e:

1º) Não, eu não estou no momento de casar, não!
Não é me fazer de durona e dizer que eu nunca vou querer isso. Não sei bem o que vai ser, pode ser que eu queira, pode ser que não, pode ser que um dia eu case, pode ser que não, mas de todo jeito, pra casar precisa-se de duas pessoas dispostas a se aturarem pelo resto da vida. Não é o meu caso. Então mesmo que eu saiba que pode ser que um dia eu case, eu não estou no momento de casar.

2º) Eu sempre fui assim, desde sempre!
Não é algo de agora. Eu sempre fui mais responsável que os outros da minha idade, sempre assumi mais compromissos do que eu mesma dava conta, não sei porque faço isso, mas eu sempre fui precoce no sentido de estar preparada pra assumir compromissos. Sempre me dediquei muito às pessoas que estão à minha volta, eu cuido tanto que chego a sufocar. Uma vez eu ameacei atropelar um rolo de uma amiga, só porque ela tava sofrendo. E eu sou assim em todos os aspectos, no trabalho, com meus amigos, com a minha família e em tudo com que me envolvo. Óbvio que nada disso é legal, na verdade acho que esse é um dos meus maiores defeitos. Porque muitas vezes eu esperei que os outros fizessem o mesmo por mim e as pessoas não fazem isso, não somos iguais, ninguém me pediu pra ser dedicada e cuidadosa, deveria ser gratuito e é feio esperar dos outros... Não fiz de propósito, mas sou desse jeito.


3º) Relacionamentos são todos diferentes!
Eu já tive alguns namorados, mas todas as vezes que me envolvi com alguém foram diferentes uma das outras. Não acho que foi sempre o mesmo sentimento e não tenho como medir se amei mais um ou outro. Pode ser que eu nem tenha amado de verdade, pode ser que seja só eu e meu jeito intenso. Por ser assim, dedicada a ponto de sufocar, precoce, responsável e pronta pra qualquer parada, há grandes possibilidades de eu ter assustado alguns meninos indefesos e pode ser que por isso alguém acredite que eu estou pronta pra casar, mas então eu devo estar pronta pra casar desde os meus 12 anos, certo?! Errado! Sou imatura também oras, eu só vivo objetivamente e me entrego demais à algumas coisas, umas mais que outras é fato, mas não quer dizer que eu queira me casar hoje. Eu só quero ver que estamos caminhando. Sei lá, que a vida tá em movimento, acontecendo. Nenhum dos meus poucos relacionamentos foi igual. Mas eu sempre fui a mesma, dedicada, sufocante e intensa e sempre esperando que fizessem o mesmo por mim. Agora entendi, isso errado! Desculpe, foi mal!

4º) Porque eu escrevo aqui?
Porque eu engasgo com as palavras se eu não escrever, minha perna fica balançando sem parar e provavelmente eu vou roer os dedos. Porque não posso ligar pra ninguém pra ficar chorando as pitangas esquisitas da minha vida, porque eu quero desabafar comigo mesma, porque isso me ajuda a pensar e depois eu posso ler e ver que aprendi alguma coisa. Eu escrevo aqui porque eu acho que ninguém lê e se alguém ler, é porque realmente está interessado em saber alguma coisa de mim e aí tudo bem.

5º) Eu não tenho paciência!
Nunca tive, não sei se vou ter um dia, não sei se quero ter também. Mas todas as experiências continuam sendo válidas!


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Aquilo que a gente não diz

* Ou não disse...

Talvez a gente não tenha dito "eu te amo" 
Talvez as palavras não tenho sido ouvidas ou interpretadas da melhor forma
E se elas foram recebidas com uma tonelada de responsabilidade?!
Talvez, por um instante, tenhamos esquecido de dizer "eu te quero!"
Pode ser que, em algum momento, não tenhamos percebido o que nos bastava
O olhar
O toque
A certeza de estarmos juntos
Talvez a gente não saiba ler nem interpretar os gestos
Acho que esquecemos de dizer, de gritar e implorar: "Por favor, não vá!"
Pode ser que tenhamos nos precipitado
Mesmo sabendo o quanto aquele fim era necessário
Pode ser que o tempo tenha nos afastado
Será que eu disse que te amava?
Que poderia ir a qualquer lugar ou a lugar nenhum, só por estar ao seu lado
Que seus olhos brilham
Que nossos braços se encaixam tão bem naqueles abraços
Que era simples, tão simples, quando não era complicado
Será que eu deixei claro que te amava?
Que estava apavorada, com medo de te perder
Será que não foi fútil, pequeno e exagerado?
Em algum momento teremos de esquecer
E pode ser que passe, que seja breve essa saudade
Ou que dure, que nunca mais tenhamos a oportunidade de dizer
Pode ser que não seja a gente, que sejam outros...
Talvez seja melhor...
Um momento de paz e deixar que o silêncio se encarregue de por tudo no lugar



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sem drama

Não vou escrever aqueles textos enormes pra tentar dar sentindo ao que não tem. Exstem coisas que não podem ser explicadas e momentos em que a gente precisa aceitar a vida como ela é, só isso! Admitir que não dá, que não deu, independente do amor e da vontade que nos trouxeram até aqui. Não deu tempo... Ninguém tem culpa disso... Óbvio que ficam milhões de dúvidas e coisas pra resolver e os planos que mudam, de novo, mas a gente sempre supera. É triste, mas todos os velhos e todos os ditados que eu conheço dizem a mesma coisa: o futuro a Deus pertence, quando é pra ser é, quando não é não é! 

Não sou eu quem vai desafiar esses ensinamentos todos, né?! Bem que eu queria, eu realmente queria que funcionasse, eu faria qualquer coisa dentro dos limites da realidade pra desafiar esse tempo, mas, a vida é assim, nem tudo depende só de vontade. Deixa que corra e que cada coisa encontre seu lugar e espaço nesse universo infinito. Vamos em frente, como sempre... 

Minha mãe disse pra eu não pensar no futuro, pra viver só o hoje. 
E é o que eu vou tentar fazer, boa sorte!

domingo, 4 de agosto de 2013

Quero ir pra casa

Então aí está você... com todo o seu drama e o seu velho travesseiro. Derramando suas lágrimas e procurando explicações. Ouvindo suas músicas depressivas e tentando entender. Não, não é como na primeira vez, não é a primeira vez e infelizmente não será a ultima. É de sentir raiva do inventor de tudo isso, é de não compreender o porque de tanto sentimento, é de querer arrancar o coração com as próprias mãos, apenas pra não ter que sentir mais nada. É de ficar indignado com tanta frieza de quem garante te amar tanto. Como é possível?! Como em meio a tantas pessoas conseguimos nos sentir tão sozinhos? Quem realmente está interessado em ouvir e compreender seus problemas, pra quem você ligaria? Onde a gente realmente pode se sentir em casa? Cadê meu abrigo?