quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Era uma vez...

Não. Realmente naquela história não haviam culpados. Por mais que a protagonista quisesse encontrar um vilão, não era possível. Por mais que ela tenha criado teorias mirabolantes e distribuído acusações e julgamentos aqui e ali, no fundo, ela só queria uma fuga, uma justificativa para a sua própria culpa. Durante toda a história ela maquiou os reais motivos, com outra pessoa. Ela traçou um plano, criou sonhos baseados no outro, imaginou toda uma vida, que realmente parecia mais simples: ser e agir como todos esperavam. Mas não foi simples. Porque mais cedo ou mais tarde, a escravidão de ser o que não somos nos cansa. E no fim, nem ela suportava mais ser refém de tantas responsabilidades. Não que não quisesse aquela vida, queria. Queria sim, a família, a casa, o casamento, o mocinho dos sonhos. Mas não daquele jeito, forçado.
Certo tempo depois que o ilusório conto de fadas terminou e o mocinho que não era mocinho foi embora, a protagonista começou a cair na real. Essa postagem é sobre esse momento: o momento em que ela baixou a guarda e analisou que não tinha nada a ver com o outro, era só ela, como sempre, com seus medos, inseguranças, sonhos, esperas, ilusões, idiotices e agora, agora parecia tudo tão fútil. Era realmente tudo tão pouco, pequeno, sem graça e sentido que ela só queria ir embora. Ela não tinha mais a quem culpar, não tinha mais desculpas pra não encarar-se no espelho, para não se enfrentar. Ficou muito claro. Ela só estava com medo, não queria enfrentar o futuro sozinha. Queria aquele motivo que todos tem pra ficar onde estavam, queria aquela "normalidade" de uma vida a dois, apenas porque parecia mais fácil, apenas por medo e o quanto aquilo era egoísta e feio. No fim essa protagonista não tinha nada de mocinha, heroína ou princesa. Estava mais pra bruxa má e manipuladora, estava mais pra lobo em pelo de cordeiro. Que vergonha.
Mas então reconhecendo seus atos e tendo o coração nobre que sempre acreditou ter, tentou se transformar. Tudo que ela quis a partir dali foi ser uma pessoa melhor. Com todas as suas forças e desejos do coração. Ela só queria acabar com toda aquela futilidade, com todo o egoísmo. Queria realmente ser nobre e fazer algo de bom pelos outros. Queria mais que uma "vida normal" e segura, conquistada apenas por medo. Queria encontrar seus sentidos e significados agora, suas verdades. Queria salvar o mundo, queria traçar um novo plano e prometeu que dessa vez não se desviaria dele, mesmo que o príncipe encantado, nem tão encantado assim, aparecesse. Ela prometeu não desistir mais de seus ideias. Se comprometeu com ela mesma a ser mais forte na próxima. E foi. Nem tão rápido quanto gostaria, é verdade, mas foi.

Continua...

domingo, 24 de novembro de 2013

Sinto muito

Como somos pequenos diante da vida. Como somos vulneráveis e ridículos humanos. Como somos fúteis e idiotas. Como nos iludimos na correria do nosso dia a dia e achamos que somos algo ou que nossos problemas, tão pobres e mesquinhos, tão egoístas, são importantes. Não são e não somos nada diante da vida. Como as coisas ficam menores diante da morte. Nada mais importa e provavelmente, nada consola os corações que ficam... Sinto muito! Queria poder fazer alguma coisa para amenizar a dor daqueles pais, queria pegar eles no colo, consolá-los, cuidar deles para sempre. Queria poder ficar do lado a todo instante e que minha presença fosse suficiente pra amenizar tudo, mas não é assim... De qualquer forma, meu coração, minha mente e minhas preces são de vocês!

O meu aprendizado se resume nessa oração:

Que a gente nunca esqueça de declarar nosso amor e afeto à todos aqueles que amamos, sempre. E, mesmo para àqueles que nem conhecemos, que consigamos ser gentis e compartilhar um sorriso, fazer o bem, todo os dias.

Que a gente não esqueça da humildade do pedir perdão e de perdoar, sempre que necessário.

Que não esqueçamos o quanto nossos problemas e a correria do dia-a-dia são pequenos e fúteis perto da grandiosidade da vida e do amor das nossas famílias e amigos. 


Que não esqueçamos do quanto somos frágeis e vulneráveis.

Que não esqueçamos de pegar o telefone às vezes e ligar para aquele amigo distante só pra dizer "saudades amigo".

Que a gente esqueça as mágoas idiotas, a arrogância e o egoísmo e consiga ser mais nobre, olhar mais para o lado, para o outro e ser bom.

Que a gente lembre mais de agradecer do que de reclamar, menos de julgar e mais de apoiar.

Que a gente tenha fé, paz e compreensão pra crescer e entender que tudo passa...

♫ O amor vai sempre ser amor, em qualquer lugar...



(P.S) Eu quero ser uma pessoa melhor, eu quero ser uma boa pessoa, eu quero o bem para todas as pessoas, quero que as pessoas não sofram por nada no mundo, quero que saiba que me importo... 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Essencialmente sou

Nunca tive talento pra tristeza. Para o drama sim, que ele faz parte desse meu ser tão sensível. A tristeza me toma às vezes e me arrasa, mas logo passa, eu não insisto nela. Choro o que tenho que chorar, lavo o rosto, olho no espelho e reajo, levanto e vou. Eu não me permito ficar triste, quero ser feliz! Eu quero essa felicidade toda a que tenho direito e sei que ela existe, acredito nela. Acredito em Deus e/ou em algo maior que faz tudo ter sentido. Tenho fé. Acredito na vida e nas pessoas. E carrego comigo essa coisa de olhar tudo pelo lado bom, quase sempre.
Às vezes eu esqueço meu otimismo em casa e às vezes canso, como todo mundo. Às vezes me deixo levar pelas negatividades cotidianas, mas essencialmente eu, quando me encontro comigo não sou triste e não gosto dessa coisa cinza que envolve as pessoas. 
Não me pergunte porque, podem ser que existam milhares de respostas ou resposta nenhuma, mas enquanto muita gente desconfia da vida e da felicidade, eu faço o contrário e sou assim mesmo, sem vergonha de ser. Todas as vezes que me questionaram sobre isso, contrapondo a luz com às tragédias, a fome e a violência do mundo, eu fiquei sem respostas e desconfiei de tudo. 

Um dia o Gessinger escreveu e cantou: 
"Quem dúvida da vida tem culpa e quem evita a dúvida também tem..."

Não evito mais a dúvida e mesmo que para alguns as respostas pareçam vazias, agora eu as tenho e não tenho medo de dizê-las. Pra você pode não significar nada, mas pra mim é tudo. É o tudo que me mantém leve, me faz seguir em frente, me faz sorrir e ser forte, sempre me fez recomeçar e acreditar. É esse tudo e essas respostas todas que me fazem ver mais significado na mão estendida do que no virar as costas. No amor do que na individualidade. Esse tudo e esse tanto de respostas que me faz querer mais do mundo, que me faz dançar até o dia acabar como se ninguém realmente estivesse olhando. E sempre que eu me perco e fico triste, reencontro algo que me lembra de quem eu sou e porque eu sou. Velhos amigos, o meu lugar, as minhas razões, a minha luz.
Eu não tenho talento pra tristeza. Pode ser o fato de ter crescido numa cidade pequena. Pode ser que sejam meus pais e as pessoas que me ajudaram a crescer. Pode ser que as dificuldades realmente formem nosso caráter. Pode ser que tenham sido meus amigos durante a infância e adolescência e pode ser que ainda sejam eles e minha família. Pode ser que seja meu trabalho, meus sonhos e ideais.
Não há nada de errado em acreditar, não há nada de errado em esperar o melhor, em ter fé e ter esperança. Não é ruim sonhar e ter planos. Você pode e deve. E assim como eu não quero ser julgada por esse meu jeito "inocente" ou "estúpido" de ser, sei que existem pessoas que pensam muito diferente de mim e, certamente, essas pessoas também tem seus motivos para serem como são e não precisam de julgamentos e críticas. Ninguém é igual a ninguém e não precisamos ser. Faz tempo que repito isso: o que é verdade para um, pode não ser para o outro e o que absurdo pra mim, pode ser completamente normal pra você. O que o mundo precisa é demais compreensão e fé. E eu acredito nisso!

Escrevi esse texto ao som dessa música: 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Choque

A bofetada veio do nada
Em seguida um soco a atingiu no estomago
Foi arremessada ao chão, diversas vezes
Ela não sabia porque estava sentindo tudo aquilo
E não se conformava

Parece que foi tão de repente
Aquela frase, um momento que por tanto tempo foi comum
Já não lhe pertencia mais
Ela não fazia mais parte daquela história, daquelas vidas

Sentiu o nó apertar a garganta
Deixou que as lágrimas caíssem
Como uma tristeza podia ser tão grande?
Ela não lembrava mais que era desse jeito
Ou talvez nunca tenha doído tanto antes

Depois da dor, veio a raiva novamente, a mágoa
Quis revidar todos aqueles socos, repetir as palavras
E dizer: a culpa é sua!!!
Mas não disse, porque no fundo, ela sabia a verdade

Sua mente repetiu diversas vezes:
Acabou!
Acabou!
Acabou!

Chorou mais, quis arrancar do peito o coração
Se perguntou porque e se um dia aquilo iria realmente passar
Ela tinha bloqueado todos os tipos de ataque até ali
Apagou todos os registros e fingiu que nada tinha existido
Mas não teve jeito, o passado arrumou um jeito de se fazer presente
E acabar com ela

Pediu aos céus pra que aquilo terminasse
Implorou para esquecê-lo
Com os olhos cheios de lágrimas, repetiu as palavras em sua mente:
Acabou!
E digitou o último ponto final.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Clara ilusão

Fica cada vez mais claro
Os erros estavam por toda a parte, estampados em nossas caras
Sempre estiveram ali, como as pistas de um crime
Escritos na milésima conversa no bate papo
Em meio às discussões noite a dentro
Nas músicas pedindo mais
No meu medo e na sua sinceridade
No medo que nos paralisava
Naquelas lágrimas pedindo pra ficar, implorando pra ser
Mas, no fundo, já sabíamos.Sabemos!

Ainda assim, nada muda
Nem mesmo agora, depois desses meses e da distância
Não admitimos, não conseguimos ir
E não há nada mais
Nada mais...

Insistimos
Arrumamos maneiras de desobedecer nossa razão
Como adolescentes fugitivos
E continuamos
Prolongamos mais uma vez o nosso ponto final
Aquele adeus tão doído, já declarado antes
Como se fosse possível voltar no tempo 
Como se já não tivéssemos dito coisas demais
Como se existisse alguma maneira de consertar tudo isso
E não há!

Agora está claro
Não existem mais desculpas
Nem um último abraço
Nem se quer um sorriso ou até breve
Nós sabemos
Não há mais com o que se enganar





segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Do presente

Do amor não sei dizer, não sei mais e acho que de fato nunca soube
Do coração, sei apenas que bate, horas lento, horas acelerado
Da saudade, sei que sinto, mas que vai passar
Do medo também... Constantemente!

Sei que me pego pensando diversas vezes
Comparo a felicidade com manhãs de domingo
E faço isso com um sorriso triste nos lábios
Mas também sei que logo será só lembrança...

Da solidão, sei que dói, uns dias mais que outros
Mas ao mesmo tempo, liberta e deixa ser
Do tempo, sei que corre e vai trazendo coisas novas
E então sei que aprendo todos os dias
E na maior parte deles, agora me sinto em paz
Desejo o bem e volto a ser, apenas eu!

Multiplicidade

Nós somos muitos, somos tantos que não cabe numa conta
Somos todos únicos e tão diferentes
Ao mesmo tempo somos similares, tão iguais
Somos tantos que nossa individualidade e egoísmo nos torna ainda menores
Diante dessa massa singular, quem você pensa que é?

Não somos nada, nem ninguém!

Pensamos e nos enganamos com toda a ilusão tecnológica
Somos notados, notáveis indivíduos, felizes com um curtir virtual
Um comentário e a melodia sublime de mais uma mensagem
Todos separados em suas caixinhas de perfis autênticos
Indivíduos egocêntricos

Fora essa vida toda digitalizada, na realidade
Não somos nada, nem ninguém!

Porque essa gente que se junta na praça, na rua, na cultura plural do dia
Esses indivíduos singulares, desconhecidos e estranhos, são iguais
Querem as mesmas coisas, estão ali por um mesmo objetivo
E são muitos! Reais!

Sós, apenas mais um, pequenos e sem sentido
Pobres iludidos com a vaidade
Juntos, somos mais, múltiplos
Mas diante disso, ainda não somos nada, nem ninguém...

E o mundo é imenso!


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dias de Esperança (Baseado em frases feitas)

Todo mundo sabe:
Não há mal que não acabe

É o mais velho dos clichês:
Tudo passa!
E sim, toda experiência é válida
Já dissemos isso antes

Depois do inverno é que as flores renascem
Ou: "depois da tempestade, o sol brilha mais forte"

Não importa qual frase feita você vai usar
Nem tão pouco se ainda não conseguiu ver a luz no fim do seu túnel
A única coisa realmente relevante em tudo isso e na vida como um todo
É que, de algum jeito, a gente sabe que vai ficar tudo bem 

O sol realmente vai renascer amanhã e tudo vai passar
E a boa notícia é que você vai sobreviver!

Quando a gente observa de cima, dá pra ver bem
Pra cada angústia, existe um dia de sol
Pra cada lágrima, uma lição
Pra cada reclamação estúpida, um sorriso agradecido que te faz repensar
Para toda aquela correria, alguém pra salvar sua vida
Até pra falta de grana, um jeito
Alguma gentileza, que transforma e faz toda a diferença
Pra cada olhar vazio, uma boa conversa 
Pra toda carência, um ombro amigo
Para o seu egoísmo besta, um conselho e um aperto de mão

E sempre tem algo mais a ser feito
Sempre tem algo melhor ali em frente
Alguém precisando mais que você
Alguma oportunidade
Um novo ponto de vista ou o velho ponto renovado
A coragem que te faz ir  a luta
A boa e velha fé na vida, na humanidade
A esperança, que nunca falha e que ainda é a última que morre

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A partir de agora

A partir de agora reconhecerei minhas derrotas com mais frequência
E sem medo
A partir desse instante, admitirei meus erros e falhas 
Com coragem

A vida tem mania de nos dar rasteiras 
Pra nos colocar novamente no chão, no nosso devido lugar
E nós, ah pobre de nós, somos só humanos
Tão ridículos, fracos, medrosos e cruéis

A partir de agora, não vou mais fingir
Estou de olhos abertos e com a mente serena pra me olhar no espelho
Pra encarar a realidade e enfrentá-la
E desse instante em diante, não vou mais chorar e me esconder
Eu vou levantar e vencer

Confessarei meus defeitos de cabeça erguida 
Meus erros fazem parte de quem sou
E eu estou tentando ser uma pessoa melhor

A partir de agora eu vou em frente
De novo e quantas vezes mais forem necessárias
Daqui em diante serei forte, serei franca
A partir de agora me perdoo e reajo
Vou!