segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

O que fica

Eu tinha ideologias, ideais e sonhos muito bem definidos no começo. Eu parecia estar muito certa. Convicta de minhas crenças. Ah se você me visse no auge dos 16 anos, não acreditaria. Uma menina politicamente envolvida, militante, inteligente, corajosa, ativa. Eu escrevia, falava e argumentava porque acreditava em minhas lutas. Eu estava crescendo e mudaria o mundo. Odiava minhas amigas alienadas, odiava as patricisses da vida, tinha vergonha das futilidades.Olhando agora eu tinha uma energia, uma confiança e uma certeza contagiante, invejável até. Eu era otimista, tinha fé e esperança.Isso tudo era muito bom.
A gente vai crescendo, olha pra trás e percebe que toda essa certeza, minhas lutas que muitas vezes viraram brigas inúteis, minha intolerância, não fez nada de bom por mim, olhando no geral, não existe, nem nunca existiu um lado certo.

(Texto não concluído e não públicado antes)