terça-feira, 30 de novembro de 2010

Eu gosto de segundas-feiras


É, eu gosto de segundas-feiras
Geralmente gosto também das terças
As quartas são sempre iguais; e chatas
A quinta já não é tanto
Sexta é sempre véspera de sábado
Mas o domingo...
Domingo é o fim!
Preguiçoso, sonolento, tedioso e interminável

Segunda-feira a vida recomeça
O mundo volta a girar
Tudo acontece
À mil!

Eu gosto de segundas-feiras
E de dias quentes com a brisa soprando os cabelos
E de andar de bicicleta sem as mãos
Dias quentes com chuvas rápidas
De olhar o céu
De acreditar que o pior já passou
E que tudo vai melhorar

Eu gosto de segundas-feiras
E de imaginar cenas de filmes
Fazer tudo com trilha sonora
Gosto de descobertas e de aventuras
De pensar que tudo vira verso, prosa, poesia
Gosto de compreensão e de compartilhar

Eu gosto de segundas-feiras
De trabalhar
De ser meio maluca
De olhar pela janela
De fones de ouvido
De música no último volume
E de dançar como se ninguém estivesse olhando

Eu gosto de segundas-feiras
De me sentir à vontade
De dizer a verdade
De falar o que penso
De avaliar meus passos
Olhar pra frente
Ter fé
E de ser feliz...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Afinal, o que querem as mulheres? II

Não me canso de ver, ouvir, ler, anotar e sentir:
"O que nem Freud nem Einstein conseguiram descobrir. O mundo gira incondicionado pelos passos dessas maravilhosas e desconhecidas mulheres. Em cada uma o passado imprime marcas diferentes e sobre seu futuro só se pode dizer que será infinito de primeiras vezes. A primeira vez que tirar a roupa na frente do próximo homem. A primeira vez que se permitir ver chorando. O primeiro segredo que contar a ele e primeiro que esconderá. São milhares tomando as calçadas todos os dias. Por aonde vão? Encontrar quem? A verdade é que todas elas querem a mesma coisa: Amor!"


"Solidão bombando..."

"Mulher é igual serviço militar, fortalece o cara pr'o resto da vida..."

“Olha essa gente aí, catando migalhas humanas...”

“Mas basta um tiro de laser na selva do olhar
E um convite para um drink
Papinho vazio ao pé do ouvido
Um finge que escuta
O outro, finge que diz
E a conquista do território da nuca
E o descartável sentimento de vitória
E o primeiro beijo…
Logo esquecido, trocado por outros
Nessa mesma pista de dança...
É pra isso que uma mulher sai de casa, para ser desejada!”

“Uma mulher particularmente bela, ama a si mesma e com a mesma intensidade que um homem gostaria...”

"O amor é uma coisa maravilhosa! Mas se dedicar uma vida inteira a uma única pessoa é de um egoísmo infame."

"O que importa quantos amores você tem, se nenhum deles te dá o universo?!"

Tem uma crítica bem legal aqui: Afinal, o que querem as mulheres?




Trilha Sonora: Queens Of the Stone Age!

sábado, 20 de novembro de 2010

Afinal, o que querem as mulheres?

Das coisas que eu mais gostei até hoje na televisão brasileira, eis uma série carregada de paixão, humor e poesia. Afinal, o que querem as mulheres?


Não! Não me pergunte. Mas saiba que se Freud não explica, André Newman (Michel Melamed) se esforça muito em sua tese de doutorado, tanto que acaba perdendo sua linda esposa Lívia (Paola Oliveira). Aí ele termina a tese, que vira um livro e depois um programa de TV. E tudo está envolto numa trilha sonora impecável, cenários e figurinos de deixar qualquer um doido.
Gostei tanto que cheguei a anotar num bloquinho as frases e cenas preferidas:
"Há milênios os homens dedicam-se a inventar a mulher. Das nossas criações que desejam o eterno, essa é a mais poderosa e arriscada ..."
"O amor é uma monstruosidade"
"Só existe o que você pode ver..."
"É de dar vergonha tanto amor, esse delírio"
"Queria te mostrar como é violento você existir"
"O amor é fascínio recíproco de duas pessoas por aquilo que elas têm de mais secreto..."
"Parecemos astronautas nesse mundo. Eu mal consigo me mexer..."
"Você me dá cada vez mais fome!"
"Decifra-me ou devoro-te!"
"Na vida nada é verdade, nada é mentira, tudo depende da cor e do cristal com que se olha"
"A mulher não existe!"
"Como acaba o amor? O amor que acaba retira-se para um outro mundo, como um estrondo que deixa de ressoar. Ninguém sabe nada a respeito, só os outros!"
"Com o que será que ele sonham? Eles sonham com nós dois! Nós somos o sonho dos que agora dormem!"
"Pena de liberdade perpétua!"
"A gente se joga e quando descobre, não tem rede. Não tem ninguém ali!"
"Estamos todos presos do lado de fora de um abraço."
"Na minha vida encontrarei milhares de corpos femininos
Desses milhares, desejarei algumas centenas
Mas dessas centenas de mulheres, estarei sempre amando só uma
E por que essa e não outra?
O que me fará ter medo de perdê-la?
Que parte desse corpo
Que gesto dessa mulher
Que palavra
O jeito de levar a mão a cintura
Uma mecha de cabelo que caí sobre a testa
O livro que lê sozinha na praia
São necessários muitos acasos e uma teia de coincidências para que eu a encontre
Enquanto isso não acontece estou condenado à buscá-la
Em estado de suspensão
Com o espírito confuso
Flutuando como o mar
Soprando como vento
Sem verdade, nem palavra!"
P.S: Corrigido. Prometo não postar mais nada com pressa, hihi! ;)

Poesia e paixão

Numa explosão de sentimentos, gritou
"Por que não posso me apaixonar?"
Fim de uma tarde confusa de verão
A chuva forte brilhava sob seu rosto
A saia clara florida e a blusa de alcinhas caídas nos doces ombros
Completavam o cenário romântico, dramático e cheio de paixão.

Num rompante de emoção, saiu pra rua vazia da chuva
Gritou, chorou, os olhos sedutores ficaram escuros, borrados
Se ajoelhou no chão em meio à rua, como nas cenas de filmes,
Revoltada, perguntando ao ar:
"Por que não posso me apaixonar?"

Por que ela tinha que censurar tudo quanto sentia?
Por que tanta loucura? Pra que tanto medo?
Desistiu, sentou-se e abraçou os joelhos
Os cabelos ondulados molhados da chuva
Desenhavam a face de olhos fechados
De lábios rosados ansiosos pela liberdade do sentir
Da entrega!

Murmurou sonhos e vontades desesperadas:
"Quero poder perder o controle, sair de mim
Sentir cada centímentro de pele, respiração e desejo
Me jogar na vida, com intensidade e paixão
Quero me embriagar de música e poesia
Quero viver todos os instantes e cada segundo
Sem medo, sem culpa, sem controle
Permita-me,
Viver a vida com paixão!"


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Obviedades

É claro que temos medo!
Óbvio que pensamos na morte da bezerra
Sofremos por antecipação
Piramos na maionese e viajamos na batatinha.
Das coisas mais óbvias existentes
Malditos medos!

Insistimos em guardá-los em fundos falsos de baús velhos
Naquelas caixas de sapato empoiradas, jogadas as traças
Debaixo da cama junto com o bicho papão
No escuro do ármario
Em cima do forro ou do guarda-roupas
Em gavetas esquecidas

E, é por não enfrentá-los
Que volta e meia um ou outro escapa das sombras

Medos!

Aqueles de fazer chorar
Que reviram à casa
Que já foram enfrentados antes
Desconfiaças tolas
Que atormentam com negatividades
Geram inseguranças
Trazem dúvidas:
"O que é que eu estou fazendo aqui?!"

Então, covarde
Desce as escadas em disparada
Saí porta à fora sem olhar para trás
Foge, mais uma vez
Se esconde em pensamentos tortos e repete Borges:

"Para não cometer erros, evitamos também os acertos."

Se arrepende instantes depois
Cruza os braços diante de si
Adormece e chora...

Medos, paralizantes, exagerados, covardes!
Enfrente-os!

domingo, 14 de novembro de 2010

Ficava ali, repassando cada cena, cada instante
Temia fechar os olhos e acordar
Repetia gestos e palavras pra não esquecer
Nada
Não queria perder nenhum segundo
E se o mundo acabasse de manhã?!




"...Os olhos namoram, quase se tocam
Revelam segredos, brilham
Os olhos namoram a boca, o beijo, o corpo inteiro
O corpo encaixa, num abraço perfeito
Os lábios tecem palavras
Desenham sorrisos..."

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Abstratismo

Sem traço
Sem forma
Incolor

Sem regras
Indefinida
Escrita livre

Vem de dentro
De fora
Do nada
De qualquer lugar

Transcreve em letra corrida
Na tinta fria
Tudo que vem ao coração

Pulsante
Inconstante
Real

Transfere sentido
Nas linhas tortas
De cada vida

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Peripécias desimportantes importantíssimas (Edição sem fórmula)

Viva a vida sem frescura. Só por viver! E só de pirraça deixe os problemas em casa quando for pra rua e na rua quando for pra casa. Viva porque tem que viver, porque é o melhor a fazer... Simplesmente porque é bom demais viver!

Drible os dias cinzas. Coloque risos nos muros das ruas vazias. Grite sem pensar. Exercite o não planejar. Não vem com mau humor logo cedo. Compartilhe o que for bom. Não desanime. Solte os cabelos. Se não conseguir fazer do tombo um passo de dança, improvise um golpe de artes marciais, um salto duplo. Há algo além do arriscar? Permita-se a dúvida pra variar! Feche os olhos e deixe o corpo ir, no ritmo...

Nunca esqueça da compreensão, de se colocar no lugar. Escreva um mantra (ou repita várias vezes a mesma frase: Não pire, não pire, não pire!) Cante no chuveiro. Espere pelo melhor e sonhe sempre, danem-se as decepções! Acredite. Permita-se. Sinta. Solte as mãos e as amarras. Empolgue-se. Vibre! Cale a boca pra não magoar. Peça desculpas, se desculpe. Fale a verdade. Aprenda!

Admire o belo e o bizarro. Perca uns minutos do dia com um abraço, uma brincadeira e ganhe o resto da vida de felicidade. Não se apegue ao difícil, ao estresse, às pressões e às tempestades em copo d'água. Agradeça. Não tema. Encare! Vá pra casa! Viva a vida sem frescura!

Tente, verdadeiramente. Não se arrependa! Não se preocupe tanto com o depois, com as probabilidades de erro. Quem se importa?! Deixa ser o que tiver que ser... Vá! Não se apresse, não se encha de preocupações descabidas, muito menos de compromissos, prazos e cobranças incumpríveis. Nunca é o que parece ser e, para o bem ou para o mal, não há nada que não termine um dia. No fim todas as regras se quebram, os planos escapam entre os dedos, a teoria e a prática não combinam, todas as experiências são válidas, mas nada é igual ao que já foi. O novo prevalece e nós, mutantes, sempre nos adaptamos.

Não acho que tenha uma explicação. Não acho que precisa ser explicado. São sentimentos, coisas que não podem ser evitadas, que nos levam a realizações inusitadas, para as quais se quer sabíamos que tínhamos coragem ou disposição. Eventualmente, o instinto dá o tom e temos a sensação de que somos capazes - sim! - somos capazes de muito mais do que prevíamos! Intenso, divertido, desafiador, por vezes aterrorizante e incrivelmente vivo!

Essa postagem foi escrita ao som de:
Lobão - Blá Blá Blá Eu Te Amo ♫ Não dá para controlar, não dá pra planejar...
Lulu Santos - Casa ♫ Era só fechar os olhos e deixar o corpo ir, no ritmo...
Leoni - Garotos ♫ Então são mãos e braços, beijos e abraços...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Re - Começar

No cinza da tarde chuvosa, esperava
Olhos esperançosos na janela
Ouvidos e mãos atentos à qualquer ruído no telefone
O coração nunca estivera tão agoniado e impaciente

Ela esperava
E agora sorria, como nunca!
Parecia uma criança, pulando e fazendo piadas
Até sentia certa timidez
Medo talvez
Ansiedade, com certeza!
Passou a semana decorando regras comportamentais
Ensaiando palavras, discursos de boas vindas
Leu todos os manuais, tirou 10 em todos os testes
Pra quê?!
Há momentos em que saber, não significa nada
Só agimos, sentimos
No auge da neurose torturou-se
"Até a CPMF volta e você não" (Tati Bernardi)
Como demorava!
Achou que estava acabando
Afinal, o que era aquilo senão uma despedida?
Afastou os maus pensamentos
Abraçou os sonhos com vontade
Decidiu, era um novo começo!
Empolgada, esperava, amedrontada e inexplicávelmente feliz
Das perguntas sem respostas, ficaram:
Como era possível?
Dá pra começar de novo no mesmo lugar?
O que seria agora?
Será mesmo?!
Descobriremos logo...
Vamos,
Tentar pra variar!