segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Relações humanas


Primeiro você nasce. Aí, cresce e entende que veio de dois. Depois, descobre que existem outros como você. Num domingo qualquer, um velhinho ou uma velhinha te pegam no colo, te enchem de beijos e fazem todas as suas vontades. Você já se contentava com isso, até conhecer o irmão da mãe, que tem uma esposa e os 10 irmãos do pai, com suas esposas e maridos. Todos com seus filhos. Mais velhos, mais novos, da sua idade, parecidos, diferentes, primos. Todos têm famílias paralelas. Outras tias e tios, avós e avôs que, mais cedo ou mais tarde, você vai encontrar por aí. Existem também os amigos queridos dos seus pais, que fazem parte da família e, por um ou outro batizado, são compadres deles e seus padrinhos.

Não se iluda, isso é só o começo.

Quando se dá conta, está na 4ª série, ganhando irmãos e primos sem querer. Aquela sua amiga que não saí da sua casa chama sua mãe de tia, assim como você fala com a mãe dela. Querendo ou não, passamos a fazer parte de outras famílias. Estamos nos aniversários, nos casamentos, nos batizados, nos momentos difíceis e, mesmo que cada um siga por caminhos diferentes a medida que se cresce, os tios e tias postiços, são partes fundamentais da nossa existência. Pra mim foram.

Na adolescência surgem novos amigos especiais e novos tios e tias. Alguns nos adotam como afilhados de crisma. Assim, temos mais uma casa pra frequentar nos fins de semana. Os amigos dos seus irmãos, vão formando outras famílias. Casam, têm seus filhos e por tabela você faz parte daquilo também.

Um dia sua irmã casa. Você não ganha só um cunhado. Com ele vêm concunhados, sogros da sua irmã, sobrinhos dela, etc. Até que você vira tio ou tia. Pode ser que nesse período seu pai tenha casado de novo, nasce outra família, um novo irmãozinho, vêm os enteados dele, que se tornam seus irmãos por consideração.

Vamos pra faculdade, trabalhamos, encontramos novas pessoas. Nos apaixonamos por nossos amigos, seguimos com eles pra onde vão. Um dia eles também casam. Você será madrinha de casamento, madrinha dos filhos deles e vai realmente fazer parte de outra família. Estará presente em mais jantares, aniversários e formaturas e, perceberá que é por isso que a vida vale a pena.

Nunca fomos um. Nossa família é enorme. Somos parte de tudo que nos rodeia e é disso que é feito a vida, relações sinceras e interminaveís. Você conhece alguém, que conhece outro alguém, que têm histórias em comum, que te acolhe e se torna parte. Daqui a pouco todos se conhecem e as famílias aumentam. Seguimos com nossas brigas reais, nossas separações e mudanças, nossas difilculdades e medos, o perdão, todas as nossas alegrias e a sensação - uma das melhores que já tive - de realmente fazer parte e saber que jamais estaremos sozinhos.

Eu paro, silencio, admiro como se não acreditasse, agradeço e amo, cada dia mais!

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