sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Por uma forma de amor mais racional

Faz algum tempo que planejei escrever sobre isso. A ideia nasceu quando todos os meus amigos, todos, resolveram namorar. Então era eu, a solteirona de plantão, a quebradora de sequências e, em todos os lugares que íamos eu me sentia como a última dos moicanos, isolada, sozinha e sóbria demais. Sobrando. Nadando em meio àquele romântismo exagerado. Tá, pode ser que exista uma ponta de ciúmes ou inveja afinal trata-se de mim, a menina mais exageradamente romântica quando apaixonada. Por isso eu nem pude criticá-los. Enfim, vamos às constatações óbvias:

O amor podia ser mais racional. Podia sim, mesmo. É divertido perder a cabeça, ver estrelas, ter borboletas no estômago, sentir o coração disparar, as pernas estremecerem e qualquer outra definição para o tema. Porém, essas sensações tão deliciosas, provocam outras tão mais estúpidas. Depois de um tempo contamos as horas para receber uma ligação ou mensagem. Independente do que possa acontecer criamos possibilidades, estratégias, amantes. Aí choramos, sofremos, piramos. Ingnoramos. Travamos uma batalha com nosso orgulho e quem sempre saí perdendo é o pobre coração - salvo raras exceções.

No fim acaba sendo revoltante. O orgulho vence a batalha e voltamos pras nossas festas e para o dia-a-dia como os que não se deixaram levar pelo amor, aqueles que não sucumbiram aos seus encantos. Vitoriosos? Não! Na realidade do nosso quarto, apenas um pouco mais sozinhos e deprimidos. Arrumando desculpas e formas de provar que o amor não é necessário. "Estou bem!" "Nunca ia dar certo mesmo". "Tenho uma carreira para cuidar...". "Agora vou viajar e fazer tudo que me der na telha..." "Estou livre!" ou qualquer coisa do tipo.

Porque é quase sempre assim? Qual é o nosso problema? Porque o amor não pode ser um pouco mais racional, mais simples. Olhar, beijar, gostar, ligar, não ligar, continuar, não conitnuar, numa boa. Sem tanto estresse e queima de neurônios... Sem essa de fazer estratégias mirabolantes. Imaginar coisas absurdas para justificar o interesse ou o desinteresse de alguém. Porque falar disso e olhar o relacionamento do outro é tão fácil? Quando é com a gente, não é assim...

Transformaram o amor em algo assustador. Banalizaram tudo. Nem lembro mais quando foi a última vez que me apaixonei de verdade. Agora fica uma desconfiança, um medo tão grande de se envolver, de se deixar levar e quebrar a cara, que é fácil espantar qualquer vestígio de amor próximo. Não sei qual a solução exata para isso. Mas gostaria que existisse uma forma de amor mais racional. Mais simples...

P.S: Provavelmente a irracionalidade do assunto seja o que motiva tantos a procurá-lo. Vai ver só estou dizendo essas coisas porque no momento não estou amando. Ou então, os poetas devem ter razão e o amor e a loucura são grandes amantes... não sei, mas gostaria de encontrar algo mais equilibrado hehehe...

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