segunda-feira, 16 de março de 2009

O amor envelheceu

Dos 12 para os 22 anos muitas coisas mudaram. Entretanto só agora me dei conta de que o amor também envelheceu. É estranho. Não sou nenhuma expert no assunto, inclusive, sou a mais leiga, mas ainda assim arrisco. Lembro de me apaixonar com extrema facilidade na adolescência. De não escolher tanto. De chorar por pirralhos medonhos. De ter um primeiro amor no prézinho. Lembro que beijei de olhos abertos na primeira vez. Lembro que me comportava como um menino. Não queria competir com as outras meninas. Queria que gostassem de mim pelo que eu era. Era boba, insegura e ciumenta. Achava que iria me casar com meu primeiro namorado.
Mas também lembro que sempre parecia ser pra sempre. Que inúmeras vezes eu planejei meu casamento, os nomes dos meus filhos e qual seria a cor da cozinha. Lembro que eu me entregava ao meus romances. Acreditava neles! Não me importava qual seria o desfecho. Eu sentia mesmo. Era tudo bem mais simples, mais ingênuo. Também era intenso e estressante, mas relativamente mais fácil e verdadeiro. Era só fechar os olhos e deixar o corpo ir.

Agora é tão diferente. Bem mais difícil se apaixonar. Os critérios de escolha também aumentaram. Não tem mais essa de planejar o futuro, até que se prove o contrário tudo pode acabar na mesma noite. Não tem mais aquele brilho nos olhos e a ingenuidade. Agora é tudo muito mais fisíca, sexo, imagem. Infelizmente. Somos naturalmente mais compreensivos e inteligentes quando crescemos e não há como cair nas conversas que tentam passar.
Não lembro mais como é sentir. Talvez a culpa seja minha. Mas é tudo tão óbvio, tão certo, tão real que parece impossível se entregar, se iludir ou sonhar no estilo apaixonada. Não é sentir falta, mas medo de nunca mais sentir. De não acreditar mais no amor. De estar amadurecendo e percebendo que o amor pode ser mais prático, mais palpável. Não aquela coisa maluca da 5ª série.
Enfim, será que é assim que termina? Pessoas vazias de sentimentos, objetivas, realistas e sem o brilho nos olhos? O amor amadurece mesmo? Ou continuamos sendo bobos, inseguros e apaixonados pra sempre? Ao mesmo tempo em que acho que o amor pode ser mais maduro sem deixar de ser amor, penso que quanto mais envelhece, mais chato, mais egoísta e sozinho fica. Como é o amor pra quem já creceu? O amor não tem mesmo idade?

Um comentário:

  1. Temos que parar de julgar as pessoas. Todo mundo quer o amor, mas nem todos admitem. Talvez se admitirmos pra nós mesmos já seja alguma coisa.

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