quarta-feira, 6 de março de 2013

Sem receita

Eu tenho um amigo, um senhor que deve ter seus 60 ou 70, que perdeu sua queria esposa à pouco tempo. Sempre que ele tem a oportunidade ele lembra dos 34 anos de casado e defende que os dois nunca brigaram, que tinham uma cumplicidade incrível e que se entendiam só pelo olhar. Ele diz que para isso acontecer os dois tiveram que renunciar a muitas coisas e aprender a ser tolerante e paciente um com o outro. Exatamente por isso, um dos seus filhos reclama aos quatro cantos que não quer se casar se não for para ser feliz como os pais. 
Cada um é cada um, obviamente, e para nossa infelicidade não existem garantias. Mas quem é que não quer ser feliz? Quem não busca essa convivência pacífica e cheia de compreensão e se pergunta: onde eu encontro isso hoje em dia? E se revolta inúmeras vezes pelas diferenças e por seus próprios defeitos. Encarar os fatos, renunciar, mudar, ser paciente, tolerante, ser compreensivo, rever conceitos aprendizados, valores. É muita coisa. Ou talvez seja fácil e a gente é que dificulte. 
De qualquer forma, eu sei que não é impossível, eu já vi. Não com os meu pais, que mesmo se dando muito bem hoje em dia, no começo não aguentaram a pressão e acabaram se separando. Mas eu tenho alguns amigos, alguns pais de amigos que conseguiram. Eu acho que realmente é possível conviver com as pessoas e ser feliz. Eu espero que seja... 
Não tenho receita. Provavelmente ninguém tenha. Talvez a gente deva só valorizar as coisas boas, as qualidades. Um amigo me disse esses dias que se as coisas ruins forem maiores que as boas aí pode ser que não dê certo, do contrário, todo mundo tem defeitos e todos podemos aprender, relembrar velhas promessas, querer ser melhor, mudar, não implicar, não irritar, não provocar.... sei lá! Tem dias que é mais difícil do que parece... É só isso.

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