sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Crônicas da Estrada

“A vida só acontece pra quem não fica parado!”

Foi essa a frase que a moça ouviu naquela tarde.

Era uma cidadezinha do velho oeste, exatamente como nas cenas de duelo daqueles filmes antigos. Até a música assobiada ao fundo era igual. A estrada de chão batido cuspia poeira, o vento varria tudo e o único lugar ainda aberto era um bar com portinholas gastas e janelas grandes.

Um homem alto, bem apessoado, usando uma capa preta meio surrada, um chapéu cobrindo os olhos e botas marrons do tipo cowboy, estacionou uma harley preta em frente ao local. Ele tinha passos pesados, cara de mal e o estilo peculiar dos aventureiros!

O bar barulhento e sujo se calara com o ranger das portinholas velhas. Ele entrou lentamente. Todos os bêbados o olhavam apreensivos e encantados. O que ele fazia ali? Perguntavam-se...

O homem parou, bateu firme no balcão e disse: “Quero um copo grande de providência misturada com atitude. Agora!” A moça que servia as mesas, com um decote farto e tranças no cabelo, correu para atender o forasteiro. Com o pedido nas mãos brancas e delicadas, se aproximou corajosamente e desejou-o. O homem alto então encarou os olhos castanhos da garçonete e disse com voz suave: “A vida só acontece pra quem não fica parado, moça!”

Tomou as providências necessárias num gole só. Pegou a atitude pelo braço e saiu lentamente pela mesma portinhola barulhenta do começo da história. Montou em sua harley e partiu.

Para onde? Ninguém sabe, nem poderá dizer! Arrisco pensar que ele cansou de esperar que a vida acontecesse por conta própria. Penso que ele se revoltou com o tempo. Como se ganhasse coragem e percebesse que a vida não pode ser tão difícil, desde que façamos alguma coisa!

Vamos?!


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