
Mas também lembro que sempre parecia ser pra sempre. Que inúmeras vezes eu planejei meu casamento, os nomes dos meus filhos e qual seria a cor da cozinha. Lembro que eu me entregava ao meus romances. Acreditava neles! Não me importava qual seria o desfecho. Eu sentia mesmo. Era tudo bem mais simples, mais ingênuo. Também era intenso e estressante, mas relativamente mais fácil e verdadeiro. Era só fechar os olhos e deixar o corpo ir.
Agora é tão diferente. Bem mais difícil se apaixonar. Os critérios de escolha também aumentaram. Não tem mais essa de planejar o futuro, até que se prove o contrário tudo pode acabar na mesma noite. Não tem mais aquele brilho nos olhos e a ingenuidade. Agora é tudo muito mais fisíca, sexo, imagem. Infelizmente. Somos naturalmente mais compreensivos e inteligentes quando crescemos e não há como cair nas conversas que tentam passar.
Não lembro mais como é sentir. Talvez a culpa seja minha. Mas é tudo tão óbvio, tão certo, tão real que parece impossível se entregar, se iludir ou sonhar no estilo apaixonada. Não é sentir falta, mas medo de nunca mais sentir. De não acreditar mais no amor. De estar amadurecendo e percebendo que o amor pode ser mais prático, mais palpável. Não aquela coisa maluca da 5ª série.
Enfim, será que é assim que termina? Pessoas vazias de sentimentos, objetivas, realistas e sem o brilho nos olhos? O amor amadurece mesmo? Ou continuamos sendo bobos, inseguros e apaixonados pra sempre? Ao mesmo tempo em que acho que o amor pode ser mais maduro sem deixar de ser amor, penso que quanto mais envelhece, mais chato, mais egoísta e sozinho fica. Como é o amor pra quem já creceu? O amor não tem mesmo idade?
Temos que parar de julgar as pessoas. Todo mundo quer o amor, mas nem todos admitem. Talvez se admitirmos pra nós mesmos já seja alguma coisa.
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